12 - Existencialismo
Existencialismo é formado pela palavra
existência e pelo sufixo “ismo”. Existência é um substantivo que vem do verbo
existir e dá ideia de algo real em oposição ao nada. O sufixo ismo exprime a
ideia de movimento ou seguidores de uma corrente filosófica, literária,
política, religiosa, entre outros. Em nosso caso, exprime uma doutrina
filosófica seguida.
A palavra existencialismo surgiu durante a
segunda guerra, elaborada pelo filósofo francês, Gabriel Marcel. Os trabalhos
de Arthur Schopenhauer, Søren Kierkegaard, Fiódor Dostoiévski e dos filósofos
alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger tiveram
influência na criação da palavra existencialismo do filosofo francês. Adotado
pelo estudioso francês Jean-Paul Sartre que publicou o livro “O Existencialismo
É um Humanismo” em 1946, ajudou a divulgar o termo.
Apesar da modernidade da palavra, as
questões existenciais sempre foram os fundamentos da filosofia. A existência é
tratada pelas antigas narrativas mitológicas, filosóficas e até da matemática.
As mitologias tratam da existência de deuses e de um mundo metafísico. Desde a
Grécia antiga, filósofos trabalham sobre a existência dos objetos matemáticos.
Descartes defendia a dúvida de tudo, menos da existência: penso, logo existo. As
filosofias gregas refletiam sobre a origem e o propósito da existência. O
existencialismo moderno trata apenas de uma das principais questões
existenciais. Para onde nós vamos?
Hoje, o termo se refere à escola de
filósofos dos séculos XIX e XX. Estes pensadores têm em comum o ponto de
partida do pensamento filosófico: o sujeito num mundo sem sentido e confuso. Os
filósofos existencialistas mantiveram a ênfase no indivíduo, mas divergiram
quanto a outros aspectos do existencialismo. Kierkegaard, fundador do
existencialismo era religioso. Depois do pós guerra, ocorreu uma virada. Sartre
e seu existencialismo eram ateus. O existencialismo se divide em dois
seguimentos, um religioso e outro ateu.
Sartre foi o principal representante do
existencialismo ateu. Assim, o existencialismo ateu era contrário ao
existencialismo divino. Para o ateu, o homem era responsável por definir a sua
essência, enquanto o divino era Deus que definia a essência. O existencialismo
ateu declara que não existindo Deus, todo o fundamento universal desaparece, o
que origina a subjetividade da moral. Então, um sentimento de angústia revela a
fragilidade humana. Sua responsabilidade única perante qualquer ato permite uma
certa liberdade individual para criação de seu projeto de vida ou compromisso
social. Ainda em Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro
existe e depois determina a sua essência, através das suas ações e forma de
viver a vida. Nós discordamos com nosso exemplo do sapato. Quando o homem faz o
sapato, ele sabe que é para calçar os pés. Ou seja, sua essência precede a sua
existência.
Para Platão, tudo vem do mundo das ideias,
ou seja, toda existência tem uma essência anterior. Tudo que o homem faz tem
uma essência primeira. O carro é para nos locomover, a casa é para nós
morarmos. Ou seja, tudo que o homem faz tem primeira a essência, a ideia, para
depois existir. Na natureza também. A árvore tem a essência primeira, seja ela
frutífera ou para sombrear, para depois existir. Para Sartre, o homem seria uma
espécie de exceção, onde existimos para depois pensarmos em nossa essência. Enquanto
Sartre foi considerado principal representante do existencialismo, o filósofo
Søren Kierkegaard foi considerado o pai do existencialismo. Ele advogava a
ideia que apenas o sujeito pensante poderia dar significado à sua vida, apesar
dos obstáculos como o absurdo, a alienação, a ansiedade, entre outros.
Existencialismo é uma doutrina filosófica
centrada na análise da existência e do modo como seres humanos têm existência
no mundo. Procura encontrar o sentido da vida através da liberdade
incondicional, escolha e responsabilidade pessoal. Segundo esta corrente
filosófica, os seres humanos existem primeiramente e depois cada indivíduo
passa a sua vida mudando a sua essência ou natureza. Este pensamento nos levou
a uma variedade de existencialismos. O existencialismo filosófico exerceu uma
grande influência na teologia e na psiquiatria. O existencialismo passou a
influenciar a literatura europeia, sobretudo o teatro. Surgiu o “teatro do
absurdo”, preocupado em mostrar a falta de sentido da vida.
A questão da dor também promoveu um tipo
de existencialismo. O poeta e filósofo espanhol, Miguel de Unamuno, inovou com
uma espécie de existencialismo da dor. Ele teria dito: o que nos torna humano é
o fato de que sofremos. Ele aproxima de Buda que enfatiza o sofrimento e
oferece o caminho Óctuplo para libertação.
Para José Ortega y Gasset, filósofo
espanhol, não faz sentido separar nós do mundo. A premissa é que estamos
imersos em circunstâncias particulares, muitas vezes opressivas e limitadoras.
As limitações são físicas e psíquicas. Devemos imaginar novas possibilidades.
Estas colidem com nossas circunstâncias atuais. A vida é uma série de colisões
com o futuro. A realidade é um processo em evolução onde a vida e o mundo são
dependentes um do outro. A razão é vital para esta libertação. Ela mantém a
energia da vida.
Para Martin Heidegger, filósofo alemão, a
existência humana é a questão fundamental da filosofia, mas ele criticava a
abordagem abstrata do ser humano. Ele tentou uma análise mais concreta de uma
perspectiva interna. Na sua obra “O Ser
e o Tempo”, o ser estava preso ao tempo. Somos seres essencialmente temporais.
Sua filosofia ficou hermética até para ele mesmo, pois depois ele defendeu uma
linguagem mais profunda, mais rica para a questão. Invocou a poesia para esta
missão. Ele influenciou Sartre que o parafraseou em sua obra “O Ser e o Nada”.
Tetsuro Watsuji, importante filósofo japonês
da primeira metade do século XX, percebeu que os pensadores ocidentais tendem a
uma abordagem individualista do homem, tanto ética quanto existencial. Ele
explorou a natureza humana em termos das nossas relações com uma comunidade
maior, uma rede dentro da qual existimos. Para ele, a ética não é uma questão
individual, mas sim o esquecimento do eu em benefício de uma comunidade mais
ampla.
Simone De Beauvoir, amante de Sartre,
criticou o machismo em toda sociedade. Para ela, tanto a sociedade como a
filosofia eram machistas. Aristóteles chegou a chamar a mulher de homem com
defeito. Ela dizia que o “eu” da filosofia era masculino e o seu par binário
feminino era o “outro”. O Eu filosófico era ativo e consciente. O eu feminino
era passivo, sem voz e sem poder. Seu pensamento era uma espécie de feminismo
existencial. Aí ela fazia eco com Sartre, nascemos sem essência e devemos
escolher o que queremos ser. Sua reflexão sobre o feminismo tem um fundo de
razão, mas seu existencialismo, como o de Sartre, não parece uma boa ideia.
Alberto Camus, argeliano, pregou que a
vida será mais bem vivida se não tiver sentido. Talvez, esta vida bem vivida e
sem sentido faz sentido para ele, com o perdão da redundância, mas não para
nós. Ele parte de uma premissa estranha, que temos uma consciência. A questão é
temos consciência ou somos a consciência? Depois ele afirma que o universo não
tem sentido e contradiz o fato de pensarmos que a vida tem sentido. Como ele
pode afirmar que o universo não tem sentido?
O filósofo e psiquiatra Frantz Fanom, em
1952, publicou a obra “Pele Negra, Máscara Branca”. Ele estudou a herança psicológica e social
dos negros pelo mundo. A submissão e o sentimento de inferioridade eram grandes
entre os negros perante os brancos. Para Fanom, havia um desejo entre os negros
de ter uma “existência branca”, o único caminho para eles. Temos aqui o “eu
branco”, uma espécie de existencialismo racista.
Estes são exemplos modernos de
existencialismos que se tornaram popular nos pós-guerras. É difícil ver sentido
em guerras. Por isto, a falta de um idealismo, mas guerras integraram o mundo.
Na antiguidade, uma tribo guerreava com outra e as unificava. Se não fosse as
guerras, nós seriamos seres tribais até hoje. Atualmente, computadores e
internet terminaram de globalizar o mundo e as guerras não fazem mais sentido.
Em sentido amplo, o existencialismo começa
com a arte rupestre, passa pela mitologia e tem uma extensa série de
precursores: Sócrates, Santo Agostinho, entre outros. Mas, em sentido restrito,
a origem do existencialismo remonta a Kierkegaard que defende uma filosofia na
qual o sujeito está implicado na sua reflexão quanto à existência. Diferente de
Hegel que prega um idealismo existencial. Apesar da modernidade do
existencialismo, há muito a humanidade vem lidando com as questões
existenciais. As artes rupestres viam o sentido da vida na caça e em suas
armas. Ao lado destas figuras representativas da vida física, os autores
colocavam figuras metafísicas como seres metade homem e metade animal, entre
outras.
Depois da arte rupestre, vieram os mitos.
O que são os mitos senão a busca pelo significado da vida e da existência? As
religiões e os mitos foram os primeiros existencialismos. As religiões sempre
pregaram nossa origem de um criador, a partir de um mundo metafísico e nosso
retorno para ele. Deus, Alá, Jeová, Natureza ou a Inteligência Suprema criou
nosso mundo, a partir do mundo dele, de um mundo preexistente, o mundo
metafísico, por assim dizer.
A ideia de ir além da física, levou a existência
à uma transcendência. O objeto de estudo a metafísica compreende a causa
primeira, o sentido da vida e a finalidade de tudo e de todos. O início, o meio
e o fim. Aristóteles afirmou que metafísica é o estudo da causa primeira e dos
princípios primeiros de todos os seres ou de todas as essências. Estudo que
deve vir antes de todos os outros, porque é condição de todos eles. Aristóteles
chamava a metafísica de filosofia primeira. Para o EM, a matemática-lógica-linguagem
são a filosofia primeira, instrumentos metafísicos da existência, da vida e da
mente. A existência inspirou nos trabalhos de Platão na teoria das ideias. Tal
estudo aproxima de uma teologia natural.
Teologia estuda o todo através da
revelação. Metafísica estuda o todo através da razão. Estuda todas as coisas
sob a perspectiva do conceito de ser supremo/absoluto e de causalidade,
buscando a causa das causas, Deus, a causa suprema de todas as coisas. É a
realidade máxima. Metafísica acaba sendo uma teologia natural. Diria, Teologia
racional. Para a metafísica há uma harmonia perfeita no cosmo. Tudo é perfeito.
O mundo é determinado pela causa e efeito, que é um mecanismo pedagógico de
controle do todo.
Metafísica acaba sendo o principal campo
da filosofia, pois os outros ramos da filosofia (ética, política, estética e
lógica) são objetos de estudo também das ciências. Alguns cientistas renomados
menosprezam a filosofia chamando de inútil, outros anunciam a sua morte. Porém,
são searas complementares. Ciência é descrição analítica e Filosofia é
interpretação sintética. Ciência estuda particularidades, fragmentos. A ciência
e a sociedade se concentram nos 5 sentidos e acaba promovendo a ignorância
metafísica.
Os racionalistas dos séculos XVII e XVIII
alargaram o âmbito da metafísica. Entenderam que ela se ocupava não só da
existência e natureza de Deus, mas também da distinção entre mente e corpo, da
imortalidade da alma e do livre-arbítrio. Em nossa obra, trata-se do mesmo
objeto de estudo, o mundo metafísico. Tanto a mente como a causa primeira estão
além do mundo físico.
Assim, nosso espírito pertence ao mundo
metafísico. Não adquirimos a alma ou espírito depois da morte biológica, mas
sim somos almas. A Metafísica e as religiões pregam uma alma, espírito,
consciência, um fluido vital além do cérebro. Nosso cérebro físico pertence a
seara científica, onde termina a ciência. Entretanto, a ciência mapeia o
funcionamento elétrico do cérebro, acredita que desvendou a existência em uma
seara que não é sua.
O existencialismo moderno centra-se no
sujeito pensador. Sócrates centrava o conhecimento no sujeito pensador e
pregava o autoconhecimento. Descartes centrava o pensamento no sujeito e disse:
penso, logo existo. Igualmente, o Existencialismo Metafísico centra no sujeito,
no eu, como uma realidade inquestionável e eterna de um lado. Mas também tem
foco no Eu-maior, no Universo. Diferentemente, o existencialismo moderno prega
um mundo sem sentido e sem deus, no caso, um existencialismo ateu. Sócrates e
Descartes não consideram Deus, mas buscavam o sentido racional da vida e não
pessoal. O Existencialismo Metafísico vê sentido em tudo através de um
“Eu-maior”, uma inteligência suprema ou Deus, como quiser.
A ciência nega este mundo metafísico,
porém ela nunca terá uma resposta definitiva para o que é a vida, quando ela
começa e termina. Nunca responderão por que a matéria inorgânica se tornou
orgânica, pois estas searas não pertencem ao mundo físico e sim ao campo
metafísico.
Em base física, todas as pessoas são
iguais. Todas têm cérebro, coração, fígado, órgãos sexuais, dois braços, duas
pernas, dois olhos. Excepcionalmente, temos a ausência de alguns deles ou a
substituição por outro artificial. A diferença está apenas em detalhes
genéticos. Mas em base psíquica, as diferenças entre as pessoas são extremas. A
neurologia e a psicologia não têm uma boa explicação para isto. Em gêmeos
univitelinos, temos corpos iguais e mentes diferentes. Então, podemos afirmar
um distanciamento entre corpo e consciência. Sem a possibilidade de explicação
da consciência em base científica, o encargo sobra para a filosofia. Para o
verdadeiro filósofo, a consciência envolve a identidade, o “eu”.
Agora vem a pergunta: onde está o “eu”? No
cérebro, alguns dirão, mais especificamente na glândula pineal. Espiritualistas
afirmam ser tal glândula o ponto de contato entre a alma e o corpo, assim com
uma função transcendente. Muito se discute sobre a função desta glândula, mas
ela está sempre ligada ao sono. Como advogamos, os sonhos também pertencem ao
mundo metafísico.
Então, a realidade se trata do “eu” em
interação com o todo. Mas porque existe o tudo em vez do nada? Eis uma questão
da filosofia materialista. Para as religiões, esta questão não tem mistério.
Para a ciência, ela existe e nunca será resolvida em um laboratório, pois é uma
questão metafísica.
A vida não pode ser um mero acidente, uma
série de acasos. Nada faz sentido se não fomos planejados e com um universo sem
propósito. Há um propósito cósmico do universo, uma programação para a integração
do todo. A história é a execução de um plano oculto natural que conduz a um
progresso moral e político da humanidade. A história universal tem um propósito
cosmopolita, como quer o filósofo Kant. O progresso da ciência está atrelado a
supremos interesses.
Não somos água combinado com outros
elementos. Não somos o conjunto de seres estranhos a nós mesmo. Não somos um
vazio ou sinais elétricos. Somos um ser e gostamos de pensar em termos
metafísicos, de consciência, alma, espírito. Somos seres espirituais diferentes
da matéria. Somos manipuladores da energia.
A origem única do universo convenceu as
religiões, a ciência, filosofia e as artes. Tudo parece ter um começo, meio e
fim. A sociedade registra o nascimento de todos os homens. Depois, sua
maioridade, casamento, divórcio. No fim, o falecimento biológico. Cidades,
países, animais, rios, mares, tudo tem uma história como início, meio e fim.
Bom, muitos ainda não tiveram um “fim”, mas chegarão lá com o tempo. Nosso fim
será a integração com o todo. A diversidade do mundo natural tem origem única
que a tudo engloba. Existe uma convicção de que toda diversidade está
interligada. Muitos cientistas defendem uma ordem por trás do aparente caos. A
ordem oculta permeia tudo. Esta busca uniria a mente de Deus com uma teoria
final.
A Criação foi um ato de escolha, de
vontade, de liberdade. A Integração é um efeito determinista. Então qualquer
existência é programada pelo ato da criação. Um carro não é um objeto incriado.
Ele tem um criador. Uma flor não é algo incriado. Tudo tem um criador, seja a
Inteligência maior ou o homem.
Então, o que somos? O que é o homem? Para
Friedrich Nietzche, o homem é uma corda esticada entre o animal e o super
homem. Para Nicolau maquiavel, o homem é mal por natureza, a memos que precise
ser bom. Para Jean Jaques Rousseau: o homem é bom por natureza, a sociedade que
o corrompe. Para John Locke: o homem nasce como uma folha de papel em branco
que vai se preenchendo de acordo com as experiencias. Para Thomas Hobbes, o
homem é o lobo do próprio homem em uma luta interminável. Estes filósofos não
são nada românticos.
Espiritualistas gostam de ver tudo em
termos de energia. Deus e o homem seriam energia. Einstein reduziu tudo a
energia com sua fórmula pop: E=mc². Sendo E (energia), m (matéria) e c
(velocidade da luz). Realmente se pensarmos em termos macros e micros, podemos
pensar num monismo energético. A energia conjunta (seja ela petrolífera,
eólica, nuclear, hidrelétrica ou qualquer outra) é o suporte para as
tecnologias, para as economias, para as políticas dos países, para as
residências e as vidas dos cidadãos. Todos os meios de transporte, coletivo ou
individual, demandam energia, toda superestrutura industrial demanda energia.
Toda economia e política gira em torno da energia.
Tudo é energia. Se nossos olhos
enxergassem os átomos, tudo que veríamos seria energia. Não veríamos mesas,
cadeiras, árvores, carros, mas sim apenas fluxos de energias. Nossa vida gira
em torno de energia. Qualquer um de nós demanda energia, seja para andar,
manusear as mãos, até para piscar, demanda energia fornecida pelos alimentos.
Todos os sentidos (audição, visão, tato, gustação e cheiro) transformam em
sinais elétricos no cérebro. Assim, a ciência física pode pensar em termos de
um monismo elétrico.
Mas pensadores dualistas diferenciam algo
que manipula a energia: a mente. De fato, quando usamos o interruptor para
ascender uma lâmpada, estamos manipulando a energia. Quando transformamos água
dos rios em energia e a transportamos por quilômetros até nossas casas, estamos
manipulando a energia. Quando escavamos em busca de petróleo e o transformamos
em gasolina, estamos manipulando a energia. Assim, sempre há algo além da
energia, seja a mente ou a consciência, um espírito, alma ou um ente metafísico
que manipula a energia.
Enquanto a ciência nega esta metafísica,
as religiões a defendem. O pensamento moderno é o embate entre a ciência e a
religião, a física x a metafísica. Então, o que somos? A ciência acredita que somos uma máquina biológica,
viemos do Nada para viver despropositadamente e voltar para o Nada. Forças
cegas e sem propósito dirigem o mundo. A ciência e as religiões não têm boas
respostas para as questões existenciais, por isso usamos a metafísica para
explicar a existência. A ideia da obra é oferecer respostas e tentar aproximar
da realidade sem negar qualquer área do conhecimento, justificando a razão de
existir graças a um ato de vontade.
O Existencialismo Metafísico vai discordar
das religiões e da ciência e oferecer responder as questões existenciais.
Quem sou eu? É questão de individualização
e não chega a ser uma questão metafísica, pois somos apenas um cidadão comum.
Cotidianamente dizemos: sou fulano, profissão tal e coisa, moro na rua x do
bairro y.
De onde eu vim? O que é sou? Para onde
vou? São perguntas transcendentais e iguala todos. Sou uma consciência, vindo
de um ato de vontade e do mundo metafísico, usufrutuário da energia em evolução
dentro do dualismo pedagógico, rumo à integração.
Do ponto de vista antropológico, o homem
precisa de um norte para sua vida, de sentido, de um caminho a seguir. Criação, Evolução e Integração. É possível vislumbrar tudo no universo com
base nestas premissas. Do ponto de vista
da unicidade de existência, as premissas são criticáveis. Do ponto de vista da
pluralidade de existências biológicas, as premissas são perfeitas e
inquestionáveis e fica fácil dar sentido à vida. Existem dois mundos, o físico
e o metafísico, nas quais a existência alterna até completar a plena
integração.
Para nosso sistema, há uma harmonia
perfeita no cosmo. Tudo é perfeito. O mundo é determinado pela causa e efeito,
mecanismo pedagógico e de controle do todo. Sem a Metafísica, o conhecimento
nunca chegará a uma resposta satisfatória para o que é a vida e o universo. EM
oferece abordagem diferenciada para dilemas filosóficos, éticos, psicológicos,
como determinismo ou livre-arbítrio, inato ou adquirido, o bem e o mal, guerra
e paz. Também pode ajudar a superar desafios étnicos, ter a convivência pacífica
entre os diversos povos, superar o fundamentalismo religioso, conciliar lucros
com as necessidades das pessoas ou até mesmo a fundar e desenvolver um novo
comunismo.
O Existencialismo Metafísico advoga o ato
de vontade como causa primária do monismo, do dualismo, do pluralismo. Antes da
Criação, apenas uma Inteligência Superior, um monismo. A Inteligência Maior
passou pelo dualismo ao dividir a realidade. O conteúdo da nova realidade é
pluralista. As entidades deste pluralismo, em caminho inverso, passam pelo
dualismo para chegar ao monismo. A Inteligência Suprema ao dividir a realidade
passa pelo dualismo, criando a diversidade. Em caminho simétrico e inverso,
cada uma das entidades do pluralismo interage com as outras e passa pelo
dualismo para chegar à integração.
Religiões, ciências e as filosofias não
têm explicação para a dualidade natural.
As religiões podem alegar que foi a vontade de deus sem uma razão
plausível. As ciências vão atribuir o dualismo ao acaso, coincidências,
natureza. O Existencialismo Metafísico explica o dualismo de forma plausível e
interdependente do monismo e pluralismo.
Início, meio e fim. Criação, Evolução e
Integração. Viemos de um mundo metafísico e de um ato de vontade, atravessamos
o dualismo e desenvolvemos rumo à integração plena, alternando os mundos físico
e metafísico.
Por fim, o Existencialismo Metafísico
acaba sendo uma metamatemática e uma metanarrativa. Uma metamatemática porque
vai até origem da matemática, advoga o direito de existir dos objetos math e
linguísticos. Uma metanarrativa porque abarca a história humana e todo
conhecimento em um único sistema. Assim, ele é uma espécie de matemática
primeira, filosofia primeira ou uma teologia natural.