sábado, 21 de dezembro de 2024

Capítulo 1 do livro Teoria do Tudo, via Metafísica.

 1 - Disposições Gerais

Esta obra não é apenas um genuíno sistema filosófico brasileiro, mas a suprema explicação de tudo. Ela reflete sobre o gênero pensamento dos pensamentos. As principais espécies são os pensamentos religioso, científico, filosófico e artístico. O instrumento religioso para chegar ao conhecimento é a fé cega em escrituras sagradas; o científico é a experiência de forças cegas; a filosofia, a razão; a arte, as emoções. Cada sistema tem uma diferenciada abordagem para a mesma realidade. Há outros sistemas de pensamento não relevantes, passíveis de serem enquadrados por um desses.

Destes quatro sistemas gerou um antagonismo entre a religião e a ciência. As religiões pregam um mundo espiritual, um mundo além da física, um mundo metafísico. A ciência nega este mundo metafísico. A filosofia acompanha a ciência, pois tem residência confortável na Academia. A arte também tem endereço acadêmico, mas se diverte com os outros sistemas de pensamento.

A ideia desta obra faz uma abordagem diferenciada do pensamento, polariza os mundos físico e metafísico, defende este para, em seguida, elaborar um sistema filosófico com 3 premissas metafísicas. Para isto, faz-se necessário expor algumas considerações relevantes deste autor ao amigo leitor. O autor é delegado de polícia aposentado e também advogado. Tanto o trabalho de um como doutro é regido por fatos e provas. Assim seu trabalho sempre foi, e ainda é, pautado por fatos e provas.

Trabalho policial se aproxima da ciência. O trabalho científico, em ciências sociais, inicia com a observação de um problema (na polícia, com um crime); adota uma hipótese (uma linha de investigação); busca rol de provas, argumentos, para provar, ou não, a hipótese (concluir pelo indiciamento ou não). Em duas palavras é uma defesa de tese. O advogado, evidentemente, defende tese contrária. O que são doutorados senão defesa de tese? O que fazem eles senão levantar hipótese, juntar provas e concluir com a sua defesa de tese? Todos, acadêmicos e juristas, buscam a verdade pela defesa de sua tese.

Como todo cientista, este autor se especializou (em ciências criminais). As ciências se multiplicam num caos especialista. Mas até a especialização busca conectar com o todo. Busca ligar o micro ao macro. O que são as defesas de teses e dissertações senão conectar o micro ao macro, a ciência à filosofia, o pensamento analítico ao pensamento sintético. Indução e dedução estão no centro do pensamento racional. Cada análise deve passar pela triagem da síntese.

O pensamento sintético sempre atrai, pois as especializações da ciência rumam ao infinito e além. A filosofia deveria buscar um pensamento unificador que alcance a tudo e a todos. Não uma especialização para poucos. Porém a ciência e a tecnologia triunfaram depois da revolução industrial e a filosofia fixou endereço na Academia. Hodiernamente ela tende ao especialismo, ao hermetismo e ao ceticismo. A fragmentação da filosofia promoveu a falência de grandes sistemas filosóficos e de uma unificação.

Todavia grandes filósofos sempre procuraram a unificação, a sistematização e não a fragmentação. Spinoza buscava perceber unidade na diversidade, encontrar a síntese na qual opostos e contradições se encontram e se fundem. Comênio dedicou grande parte de sua vida a unificação da totalidade do conhecimento humano. Seu pensamento último era a compreensão universal que uniria toda humanidade. Esta base filosófica ele denominou pansofia, um princípio que harmonizasse todo o saber. Pensadores sempre buscaram uma chave para o conhecimento de todas as coisas, uma teoria para explicar todo o funcionamento do mundo, uma ciência que abarcasse todo o universo.

Modernamente a física, ciência da onda, busca a teoria do tudo. Uma equação para integrar todas forças do cosmo. Tivemos até um candidato a tal façanha. Stephen Hawking, físico inglês, aquele cientista de voz mecanizada e todo deformado fisicamente. Hawking declarou a morte da filosofia, mas não chegou a nenhuma equação do tudo e nem a uma equação do nada.

A ciência e a tecnologia venceram e a vida passa a ser uma máquina. As pessoas não desgrudam de seus celulares. Sonham com carros caros, casas grandes. Em contato com pessoas, com a mídia, principalmente a Tv, percebe-se que o sentido da vida é um consumismo exagerado e sem sentido. O auge da vida é ser uma celebridade, seja atleta, cantor, ou ator, mesmo que vazios de conteúdo. A superficialidade impera junto a ciência.

Reduzir tudo a física, reduzir tudo a átomos estranha o pensamento mais profundo. A vida parece muito mais que um amontoado de átomos ou células. O ser transcende órgãos e carne. Sempre que estudiosos e espiritualistas buscam conectar a ciência com o metafísico, a Academia corre para negar tal conexão. Casos como as teorias dos princípios Antrópico e o Biocentrismo, proprietários da ciência estão sempre de plantão para negar o metafísico.

Se alguém falasse em energia escura e matéria escura há 100, ou mil anos atrás, seria um discurso metafísico. Assim metafísico é aquilo que a física ainda não detectou, mediu, quantificou. Metafísico é algo desconhecido dos sentidos humanos, como já foram as microrganismos, as células, átomos e a energia escura.

Platão, o melhor filósofo, dividiu a realidade em: o mundo sensível e o mundo das ideias. Ele assegurava que o mundo das ideias era o verdadeiro e eterno mundo. Seu discípulo, Aristóteles, também era metafísico, mas concentrou-se no mundo físico. Por causa destes filósofos, pensadores póstumos dividiram o pensamento em duas correntes filosóficas que atravessaram os tempos. De um lado, o idealismo e o racionalismo de vertente platônica; doutro lado, realismo e empirismo de vertente aristotélica. Todavia a ciência dominou o século XIX com o positivismo. O idealismo e racionalismo perderam força para o realismo e empirismo. Ao lado do pragmatismo, o positivismo dissolveu o idealismo e a Metafísica. O existencialismo ateu continuou esse trabalho.

Ainda hoje a física nega o metafísico. A filosofia virou um adjunto da ciência e também se afastou da Metafísica. Dogmas científicos limitam a filosofia e ela não tem grandes lampejos. Apesar de Aristóteles também pregar um deus e um mundo metafísico, a ciência adotou apenas o mundo sensível. Então, para fins didáticos, vamos polarizar o pensamento em físico e metafísico.

Esta obra, com base em 3 premissas (Criação-Evolução-Integração), tem pretensões de conexão e síntese. Então adotará conceitos simples, conhecidos e sem delongas em conceitos, citações científicas e filosóficas. Também tem pretensões de busca de verdades eternas, como dizia Platão. Tem pretensões de unificação do conhecimento. Tem pretensões de buscar o “porquê” dos fenômenos, já que as ciências só podem dizer o “como” dos fenômenos. Visa uma síntese filosófica não somente com base em provas e fatos, mas também com base na razão e em argumentos científicos, filosóficos e teológicos, desde que não contraditórios. A ideia foi considerar todos conhecimentos naquilo que são fortes, desprovidos de contradições. Naquilo que forem contraditório são descartados pelo princípio do conjunto probatório.

Ao final faremos uma análise do conhecimento pelo método policial-judicial ao avaliar o conjunto do pensamento, descartado o contraditório, mesmo que evidências empíricas contrariem o todo, como ocorre juridicamente.

Este livro requer mente aberta, pois não aceita dogmas, fé cega religiosa, forças cegas científicas, misticismo, biblismo e cientificismo. Considera-se apenas didática a divisão científica-teológica em natural, artificial e sobrenatural. Não há nada sobrenatural, ou seja, nada pode quebrar as leis naturais, nem mesmo o Criador. Este não é uma questão de fé e sim de razão, segundo esta obra.

Atualmente este autor é desprovido de qualquer religião. Foi criado dentro da religião católica, posteriormente foi espírita por 15 anos, mas agora não tem religião. Assim não cultua nenhum deus, não faz nenhuma oração e todos sistemas de crenças são aceitos parcialmente, pois todos tenham um fundo de verdade.

Esta descrença é fácil de comprovar em outra obra do autor: Decálogo, Leis Humanas. Tal livro nega autoria divina da Bíblia, nega a autoria divina do Decálogo, dogma católico e espírita. Este dogma está na Bíblia em Gênesis e no primeiro capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo.

Oficialmente sou delegado aposentado, advogado e autor. Não tenho nem mesmo formação em filosofia, contudo gosto de pensar que sou filósofo. Mais pelo sentido etimológico dela. Amigo da sabedoria. Afinal, em análise última, somos todos pensadores. “Penso, logo existo”.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Capítulo14 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

14 - Disposições Finais

 

O volume de informações com a tecnologia cresce exponencialmente. São zilhões de informações que deixam qualquer ser humano perdido. O jornalismo se encarrega das informações efêmeras. Muitos transformam informações em conhecimento com livros e artigos. Poucos transformam conhecimento em sabedoria. Isoladamente, as informações não têm nenhum valor. Processadas dentro de um sistema, as informações viram conhecimento específico. Generalizados os sistemas específicos, o conhecimento se torna sabedoria.

Lamentavelmente, a rotina e os boletos consomem as pessoas. Elas trabalham o dia todo, chega em casa e tem afazeres domésticos. Final de semana livre, vão passear no shopping para ver filme, vão ao futebol e no pagode. Elas vivem uma vida sem reflexão e assim falta-lhe lucidez para enxergar a realidade. O dia-a-dia do homem é alienante. Em níveis maiores, o Brasil e o mundo vivem crises sucessivas: econômica, política, jurídica, humanitária, de segurança, saúde e educação. Externamente, temos problemas com terrorismo, guerras que promovem imigrações para a Europa. Esta faz muros e separações ao invés de pontes e uniões, apesar dela ser o berço dos direitos humanos.

Ideologias como socialismo, capitalismo, liberalismo não resolvem de forma profunda nossas crises. Tais sistemas são superficiais e não conseguem conciliar liberdade e igualdade. Viveremos de crise em crise atrás de soluções superficiais. Somente mudanças profundas de nossos sistemas de valores e de pensamento mudarão a humanidade para melhor. Somente uma reflexão profunda sobre as questões existenciais nos trará a verdade e solução. O mundo parece complexo e sem respostas fáceis para estes impasses. Ainda que a teoria do tudo física fosse comprovada, ela não explicaria e nem resolveria as crises mencionadas. Questões como a dor, a justiça, a liberdade, a desigualdade, a propriedade, a economia, a política não têm solução do ponto de vista físico e da unicidade de existência.

Podemos sintetizar o conhecimento hodierno como um embate entre ciência e religião, melhor, uma guerra entre a física e a Metafísica. A ciência negando a Metafísica e pregando forças cegas. O Nada, o acaso, a sorte, a coincidência, os acidentes seriam forças cegas que movem a humanidade. Para nós, isto é efeito sem causa. Por outro lado, as religiões pregando teologias vencidas e a fé cega. O conhecimento estagnou frente ao pensamento fragmentado científico e as teologias infantis. A existência do Criador e da alma não tem como ser “experimentadas” em laboratório. As religiões ainda possuem muitos adeptos, mas suas teologias tribais não evoluíram e perderão força.

Estudar a física, ciência mais elementar e paradigma das outras, não é garantia de sabedoria. Decorar a Bíblia não é garantia de sabedoria. Ter bibliotecas grandes e ler vários livros não são garantia de sabedoria. Estudar filosofia e os grandes pensadores não são garantia de sabedoria. Estudar em universidades, fazer mestrados e doutorados não são garantia de sabedoria. O homem imerso em uma massa biológica acredita que a existência se trata de conquistas bens materiais e de poder. Assim, a felicidade seria ganhar fama, dinheiro e se deleitar com um consumo desenfreado de bens materiais. Todavia, a tendência atual de estudos afirma que ultrapassar uma quantidade razoável de recursos de vida não aumenta a felicidade. Filósofos do passado atribuíam a felicidade a variáveis éticos e espirituais. Modernamente, a neurociência e psicologia creditam a felicidade, o mundo mental e emocional à mecanismos bioquímicos. Viva o prozac! Viva a serotonina! Nossa felicidade é manipular a bioquímica.

A quase totalidade das pessoas passam pela existência biológica acreditando no paradigma de que a vida é algo biomecânico no tempo-espaço. A vida é muito mais que uma máquina entre dois nadas. A sabedoria envolve a busca existencial e o sentido da vida. O que somos e o nosso propósito é sabedoria existencial, pois procuram entender a realidade última do cosmo.  

Diferentes abordagens existenciais pregam posições opostas. Uma abordagem holística é mais sensata, pois a realidade é um grande sistema. Ela vislumbra a vida em sua totalidade como algo além da bioquímica e busca o sentido da vida. Riqueza e fama não é garantia de felicidade com a vida sem sentido. O problema é que o sentido muda para as pessoas e pensadores. Isto fez surgir muitas doutrinas existencialistas. O absurdismo prega uma vida sem sentido. O existencialismo ateu afirma que nós que temos de dar sentido a nossas vidas. A igreja medieval vendia a vida eterna após a morte. Do ponto de vista biológico ou puramente científico, a vida não tem sentido algum e o ser humano é resultado de processos evolutivos cegos que atuam sem propósito ou objetivo. Nesta toada, qualquer significado para a vida é apenas uma ilusão. EM advoga que estamos aqui para evoluir, moralmente e intelectualmente. Para nós, o sentido da via é a integração, conectar moralmente com o próximo e intelectualmente com a natureza.

Ao longo da obra, abreviamos várias abordagens do universo e da vida. As narrativas mitológicas foram o primeiro pensamento elaborado a enfrentar a questão existencial do universo e da vida. Mitos descreviam: a criação e o fim do mundo; o surgimento do homem e dos animais; a interação entre o mundo dos humanos e dos espíritos ou deuses. Em síntese, a mitologia descreve um mundo metafísico em interação com um mundo físico. As religiões continuaram este exercício metafísico com uma estrutura espiritual em interação com os homens. Em síntese, um mundo metafísico em interação com um mundo físico. As leis sociais, éticas e jurídicas realmente são abstratas, não existe materialmente, mas interagem metafisicamente. A direção da existência é do físico para o metafísico, até mesmo o estudo da física.

A ciência física estuda padrões da matéria no tempo-espaço. Estes objetos de estudo da física formam a trindade física, sendo o tempo-espaço linear. A física e a matemática estão intrínsecas. Para nossa filosofia, a eliminação ou diluição de alguns dos elementos da trindade física passa a ser metafísica. Neste sentido, a matemática, que não tem substância e nem tempo-espaço, é metafísica. As leis físicas não existem materialmente na natureza, pois apenas normatizam o comportamento da matéria. Newton levou tempo pensando para construir suas leis mecânicas que não estão escritas pela natureza. Elas precisam de algo abstrato, como a matemática e leis, para ter validade. Em síntese, a física promove um mundo metafísico em interação com um mundo físico.

Igualmente a física, a biologia vai vislumbrar padrões na natureza e elaborar leis. Oriundo da biologia, a lei da evolução não está escrita na natureza e nem se sabe como a natureza se auto regulamentou. A consciência humana é algo abstrato, não tem espaço físico determinado e utiliza algo igualmente abstrato, a linguagem. Igualmente, a linguagem não tem substância e nem tempo-espaço, porém ela interage com o mundo material. Em síntese, a vida trata-se um mundo metafísico em interação com um mundo físico.

Desde a revolução cognitiva, vivemos uma realidade dual (física e metafísica). Um mundo de realidade objetiva (rios, arvores, macacos, humanos) e um mundo de realidade falada, enumerada e outra imaginada (deuses, empresas, nações). Esta realidade imaginada tornou-se poderosa, pois a realidade dos rios, arvores e macacos dependem de entidades da realidade imaginada como nações, ong’s, corporações. A nossa realidade é então um vai e vem entre o mundo físico (macacos, arvores, rios, casa, estradas) e o mundo metafísico (matemática, linguagem, religiões, deuses, empresas, nações). Como a linguagem é a capacidade de descrever a realidade com palavras, nosso conhecimento é um indo e vindo entre matéria e mente.

As várias ciências têm o pensamento fragmentado. As várias religiões têm o pensamento mitológico e dogmático. As artes têm o pensamento subjetivo. A humanidade precisa de um pensamento alternativo. A filosofia deve buscar as forças racionais. O conhecimento parece um caos e cabe a filosofia demonstrar uma ordem na existência. Cabe a filosofia o pensamento sintético e unificador. Cabe a filosofia dar ordem ao aparente caos. Grandes filósofos sempre procuraram a unificação, a sistematização e não a fragmentação. Spinoza buscava perceber unidade na diversidade, encontrar a síntese na qual opostos e contradições se encontram e se fundem. Comênio dedicou grande parte de sua vida a unificação da totalidade do conhecimento humano. Seu pensamento último era a compreensão universal que uniria toda humanidade. Esta base filosófica ele denominou pansofia, um princípio que harmonizasse todo o saber. Pensadores sempre buscaram uma chave para o conhecimento de todas as coisas, uma teoria para explicar todo o funcionamento do mundo, uma ciência que abarcasse todo o universo.

Do ponto de vista dinâmico da existência, temos a inteligência frente a lógica se-então (liberdade x igualdade). De um ponto de vista estático da existência, temos a estrutura monismo-dualismo-pluralismo. No pluralismo, as diferenças vão apenas individualizar as entidades dentro de um todo, sem mexer na essência. As semelhanças vão unificar o universo. As diferenças vão individualizar o ser, biologicamente (DNA, íris, digital), socialmente (nome e número), juridicamente (assinatura), metafisicamente (intelectualmente, no caráter e na personalidade). As semelhanças são essências e vão colocar o ser dentro de um todo (eu-coletivo), pois todos têm a mesma origem, mesma natureza, mesma estrutura, mesmo fluxo e mesmo propósito.

Nosso sistema filosófico, o Existencialismo Metafísico, é uma alternativa de pensamento sintético e unificador.  Nós usamos a matemática, a linguagem e lógica para demonstrar uma ordem metafísica, uma interação de sistemas.

A lógica, a linguagem humana e a linguagem matemática têm a mesma natureza (metafísica), estrutura (pluralismo, dualismo, monismo), funcionamento (se-então-senão) e propósito (integração): entidades em interação que passam pelo dualismo para se obter um resultado. Elas são institutos puramente metafísicos, pois não possuem a trilogia física matéria-tempo-espaço, mas que podem parear com sistemas biofísicos. Então, nós temos a matemática aplicada, a lógica aplicada e a linguagem aplicada. Em síntese, um mundo físico em interação com um mundo metafísico.

Com esta abordagem, nós unificamos e sintetizamos a realidade e o conhecimento. Apesar de ser uma abordagem simples, pode parecer complicada em razão pensamento materialista enraizado no senso comum e principalmente na ciência. Realmente, tudo parece material. Necessidades básicas como comida, casa, transporte são materiais e nós dependemos delas. Temos um corpo material que necessita de energia que vem da matéria. Sendo assim, a matéria é essencial para a vida biológica, mas, muito mais que um corpo biológico, somos uma entidade metafísica, uma consciência. 

A natureza mais fundamental do universo é a metafisica, apesar da física ser a mais fundamental das ciências. Em síntese, toda realidade se trata de um mundo metafísico em interação com um mundo físico. A metafísica busca a estrutura profunda da realidade: a natureza da existência, do espaço, do tempo, da causalidade, os fundamentos da realidade em si. Para a física, a realidade é algo no tempo-espaço, passível de testabilidade. Para o Existencialismo Metafísico, a realidade é algo fora matéria-tempo-espaço e ainda não testável, mas inteligível.  Em razão da não testabilidade, a ciência costuma menosprezar a metafisica, porém todo suporte linguístico, matemático e lógico da ciência é metafísico. Nosso sistema filosófico, sem falsa modéstia, oferece um pensamento alternativo em desfavor destas forças cegas e da fé cega. A existência vai do físico para o metafísico. Nossa abordagem diferenciada, vai em direção de argumentos baseados em conhecimentos da matemática, da lógica e da linguagem, mas para longe das especulações, retóricas e jogos de linguagem.

Do ponto de vista metafísico, a realidade é simples e organizada. Temos a teoria de Deus, do amor, da harmonia, da liberdade, da multiplicidade de existências, do determinismo rumo à integração plena.

Do ponto de vista da unicidade de existência, das religiões e da ciência, a realidade é complexa, irracional, ilógica, desorganizada, caótica.  Temos a teoria da Incerteza, da Sorte, do Acaso, do Caos, da Coincidência e de acidentes.

A realidade da humanidade é essa: as pessoas passam pela vida sem saber o que está fazendo aqui, neste mundo físico; voltam ao mundo metafísico, sem saber onde está, sem saber o que fazer, ou acreditando que está no céu ou no inferno.

A visão da ciência e das religiões abre uma lacuna cósmica. Uma única imperfeição abriria espaço para candidatos a um cargo de um deus absoluto e perfeito. Nosso sistema filosófico reflete uma imagem cósmica de perfeição absoluta. A vida, a liberdade, a igualdade, a justiça são valores absolutos do ponto de vista cósmico. Inconscientemente, vivemos num plano absoluto e perfeito. Conscientemente, vivemos num plano relativo, de contradições e imperfeito. Cabe ao homem buscar um pensamento para perfeição do cosmo.

Como advogado, sempre fui pautado pelas provas e fatos. Face ao princípio da primazia da realidade, diante da discrepância entre ciência e religião, a preferência deve ser dada ao que ocorre no terreno dos fatos, da universalidade e da razão. Evidências empíricas que contrariaram o todo probatório foram descartadas. Assim as contradições, sejam religiosas ou científicas, foram descartadas. A história nos mostra uma diversidade de mitologias em todas as épocas e lugares e um universalismo metafísico frente à variedade de mitos. A matemática, linguagem científica, também me direciona ao mundo metafísico. A razão e não mais a fé nos direciona ao metafísico.

Como delegado, enquadro todas as searas do conhecimento neste sistema. O conjunto probatório deve eliminar contradições, mesmo sendo evidências científicas. Utilizamos a metodologia da investigação policial para analisar a realidade. Não esclarecendo as contradições, elas são descartadas. Ou seja, uma declaração de uma testemunha, ou mesmo uma evidência empírica, que contradizer o conjunto probatório deve ser descartada. O que vale é o conjunto da obra, mesmo que evidências empíricas digam o contrário. Como a negação do mundo metafísico pela ciência, pois ele é universal, existe na matemática e nos mitos de todos os tempos e de todos os lugares. Isto é fato público e universal, não necessita de evidências empíricas, indícios, provas.

Forte nestas razões, fica o desafio. A ciência convencional em base material nunca explicará o que é a vida, a consciência e os sonhos. Ela nem mesmo nunca explicará como um instrumento metafísico, a matemática, é tão eficaz para explicar o mundo físico. As religiões nunca explicarão a questão da dor, do mal e da justiça. Nem mesmo nunca conseguirão sistematizar uma criação perfeita com base na unicidade de existência.

A humanidade precisa sair da caverna de Platão.

Nosso pensamento requer mente aberta para passar por um processo de desconstrução e, assim, libertarmos daquilo que pensávamos ser a realidade. A verdade velada pela matéria terá muitos detratores que matarão e morrerão por ela. A recorrente alegoria da caverna de Platão dividi a realidade em sombras e luz, em mundo dos sentidos e mundo das ideias, em o mundo físico e o mundo metafísico. O mundo das sombras, dos sentidos ou físico seria um mundo da ilusão. Ou como diria o Rauzito, seria um mundo do Ouro de Tolo.

 

 

Capítulo 13 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

13 – Existencialismo Metafísico, A Filosofia Última

 

 Apesar do nome pomposo, Existencialismo Metafísico é uma filosofia com abordagem diferenciada que trata das questões fundamentais e existenciais da vida e do universo. Nossa abordagem começa com a divisão da realidade pela ciência em sujeito e objeto. A ciência mais fundamental, a física tem seu objeto de estudo a trilogia matéria-tempo-espaço. Da física clássica à moderna, esta trindade permanece. Cientificistas físicos acreditam que podem submeter tudo ao estudo da física. Para eles, o paradigma da realidade é a matéria (ou energia) no tempo-espaço e desconsideram a metafísica. As outras ciências pegam carona na ideia que a realidade é a matéria no tempo-espaço.  

De forma singela, nossa filosofia metafísica menospreza e dilui a trindade física para ir além (meta) da física. Forte nesta ideia, enquadramos a matemática, a lógica, a linguagem como instrumentos metafísicos da inteligência, pois diluem a matéria-tempo-espaço. Ao representar metafisicamente os fenômenos físicos e biológicos, podemos avançar ou retroceder no tempo e em quaisquer lugares tais fenômenos. Em essência, a linguagem e a matemática não funcionam linearmente no tempo-espaço como a matéria. Elas são metafísicas e têm a base igualmente metafísica, a mente. 

O EM foi representado no diagrama de Venn e pode distinguir 3 campos exclusivos e 4 interseções da linguagem, da matemática e da física, totalizando 7 conjuntos diferenciados. Nos campos exclusivos localizam os objetos e suas interações lógicas. Nas interseções localizam 4 pareamentos entre objetos e as interações da linguagem, da matemática e da física. Há um pareamento triplo das 3 áreas e outros 3 pareamentos duplos das 3 áreas dos objetos e suas interações.

No conjunto exclusivo da física, temos os fenômenos físicos em si. Vale dizer, os fenômenos biológicos e físicos sem observação, sem representação e, assim, desprovido de pareamento com a linguagem e com a matemática. Fenômenos biofísicos representados por símbolos (significante) são enquadrados no pareamento tripo, cujos significados são enquadrados no pareamento da linguagem e da matemática. Os conjuntos exclusivos da matemática e da linguagem contêm seus exclusivos objetos e suas interações lógicas. Resta os pareamentos da física com a linguagem e a matemática. De um lado, os objetos e suas interações da matemática pareiam com a física e doutro lado, os objetos e suas interações da linguagem pareiam com a física. 

Nesta cosmovisão, todos os conjuntos (exclusivos ou as interseções) são sistemas com objetos e suas interações, gerando um todo, enquanto a lógica é a dinâmica de funcionamento de todos os sistemas e não um sistema em si. Dados os objetos da linguagem, matemática e da física, a lógica promove as interações dinâmicas entre eles. Vale salientar que para o EM, os objetos matemáticos e linguísticos existem em oposição a tendência atual da filosofia da matemática menosprezar e/ou negar as suas existências. A existência dos objetos matemáticos se junta aos valores lógicos e universais da liberdade e igualdade. Para nós, a realidade é a vida (existência) frente aos valores da liberdade e igualdade. 

As searas metafísicas do conhecimento estão igualmente em uma base metafísica, a mente.  Logo, a vida também é metafísica. Todo conhecimento e a vida tem base metafísica. Então, advogamos que somos apenas mente, alma, espírito, consciência ou quaisquer outro nome metafísico que se queira dar para o “eu”, uma inteligência. A realidade é vida (existência) frente os cosmovalores liberdade e igualdade.

Nesta esteira, a natureza contem padrões que nossas observações, através dos sentidos biofísicos, levam para nossa base metafísica. A mente transformou estes padrões naturais em o que nós chamamos de matemática. A vida, especialmente o homem, é reflexo da natureza, pois igualmente adota padrões humanos para estudar padrões naturais e matemáticos. De forma igual, a linguagem verbal também é padrões, como a matemática e a natureza. Tentem vislumbrar esta ideia: usamos padrões linguísticos e matemáticos para representar os padrões naturais. Os grandes físicos foram chamados de gênios, pois suas inteligências perceberam padrões matemáticos na natureza. Ora, se são inteligentes pois perceberam padrões matemáticos na natureza, implica uma inteligência da Natureza, seja lá o que ela for. Ou seja, implica uma teologia natural.

A linguagem e a matemática possibilitam o acesso pleno ao conhecimento. Elas são um princípio inteligente, um sistema ou encadeamento de sistemas com elementos em interações. Sistema é um todo, composto de partes (conjunto de objetos) e suas interações. A dinâmica do sistema é regulada pela lógica se-então. Em teoria dos sistemas, estes são conjuntos de objetos, cuja a seleção destes objetos na entrada do sistema são processados em interação lógica, tendo como saídas significados (linguagem), resultados (matemática), conceitos (filosofia). A linguagem é usada para representar e explicar todos os outros sistemas, especialmente a matemática. Esta é um sistema composto de números, equações, pontos e linhas em interações.

Nossa filosofia também é um sistema. Os objetos são as várias searas do conhecimento humano: mitologia, religião, ciência, filosofia, matemática. Estes objetos tiveram entrada no nosso sistema filosófico pelo embate físico x metafísico, foram processadas pela lógica “se-então-senão”, cuja saída foi o Existencialismo Metafísico.

Usamos alguns métodos da lógica para processar a verdade. Em teoria dos conjuntos e com base no diagrama de Venn, a operação de intersecção pode representar a verdade quando vários conjuntos (representando mitologia, teologia, ciência, filosofia e matemática) interagem, estabelecendo um espaço em comum entre eles. O espaço comum convergiu a metafísica, conforme demonstrado ao longo da obra. Fora do espaço comum, ocorreu a divergência de sistemas diferenciados e físicos entre os conjuntos. Assim, buscamos a intersecção entre os conhecimentos (mitologia, teologia, ciência, filosofia) o qual resultou a metafísica e em nosso sistema filosófico.

Na lógica clássica, Aristóteles nos dá um princípio lógico da não contradição. Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. A filosofia do direito abraçou este princípio e o usou na investigação policial e judicial: frente a muitas provas, algumas contraditórias, a verdade está no que não for contraditório. Durante as investigações, muitas provas se contradizem e é preciso observação lógica diante dos fatos.  O direito visa consistência e coerência em suas proposições. Nossa filosofia concentrou a verdade da realidade metafisica na intersecção do conjunto de conhecimentos. 

Apesar do paradigma da física (a realidade é algo no tempo-espaço), nossa filosofia defendeu uma base metafísica daquela ciência. Ao defender que todo conhecimento, especialmente o científico, tem base metafísica, nossa filosofia unifica todo conhecimento. Sabemos da dificuldade de uma mudança de paradigma, principalmente porque as pessoas estão enraizadas na matéria, mas buscamos a verdade e apresentamos um pensamento alternativo e diferenciado. Nesta vibe, advogamos 6 premissas em nosso sistema filosófico, o Existencialismo Metafísico: 

1ª Premissa. A ciência dividiu a realidade em sujeito e objeto e focou no objeto. Objetos de estudo e paradigma da física são: matéria-tempo-espaço e a realidade é algo no tempo espaço. Isto fundamenta e torna um paradigma científico para todas as ciências, por ser a física a mais elementar das ciências;

2ª premissa. Objeto e paradigma da metafísica com base no conceito da física servem para determinar a metafísica. Meta significa além, metafísica significa além da matéria-tempo-espaço. Ou seja, aquilo que elimina ou dilui a trindade física. Enquadramos a math, a linguagem e a lógica como objetos de estudo da metafísica, pois diluem a trindade física, a matéria-tempo-espaço. A math, a linguagem e a lógica não interferem na trindade física. Todo conhecimento científico tem em comum a utilização da trindade metafísica (matemática, linguagem e lógica). E estas estão localizado na mente, igualmente metafísica. Ou seja, a ciência fisicalista utiliza instrumentos metafísicos, localizados em algo metafísico, para explicar algo físico. Isto é paradoxal. Toda ciência materialista é paradoxal. A ciência, ainda apegada a matéria, não sabe dizer o que é mente e nem pode acessá-la. Nós gostamos de chamá-la de inteligência, para diferenciar da energia (matéria). A Natureza é toda matemática (ou no mínimo é parcialmente math, pois é passível de análise por ela), o que implica em uma Inteligência Maior e, em consequência, uma espécie de teologia. Vale dizer, o universo tem uma base igualmente metafísica.

3ª premissa. Visão sistêmica de toda realidade. Toda a realidade é sistema, objetos em interações. Nós somos sistemas. O processo cognitivo humano (e de toda vida) contém uma memória metafísica, um conjunto de vocabulário, conceitos, ideias, imagens em interações. Dados vêm de fora, interage com nossa memória, são processados e têm como saídas falas, escritas, registros na memória.  A Natureza é um Sistema Maior, um sistema último que conecta todos.

4ª premissa. As interações dos objetos são processadas pela lógica se-então-senão. A causa e efeito é um princípio universal. A causa é um ato de vontade e liberdade, como nos axiomas da lógica e da matemática. O efeito é determinístico, como na igualdade da matemática. A existência é uma rede infinita de conexões de causa e efeito.

5ª premissa. Os maiores valores do direito, da matemática e da natureza são existência, liberdade e igualdade. A existência interage com outras existências em um sistema, onde a liberdade inicial da vontade determina o efeito da interação.

6ª premissa. Todo sistema tem a estrutura monismo-dualismo-pluralismo. Como na álgebra moderna e na aritmética, elementos de um conjunto (pluralismo) interagem em operações lógicas e binárias (dualismo) rumo a um resultado específico (monismo).

Estas premissas são a generalização máxima da existência, a Filosofia Última. EM desloca o foco do objeto da ciência para o sujeito do conhecimento, da física para a metafísica, do paradigma da física (matéria no tempo-espaço) para o paradigma de metafísica, inteligência fora do tempo-espaço.

Capítulo 12 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

12 - Existencialismo

 

 Existencialismo é formado pela palavra existência e pelo sufixo “ismo”. Existência é um substantivo que vem do verbo existir e dá ideia de algo real em oposição ao nada. O sufixo ismo exprime a ideia de movimento ou seguidores de uma corrente filosófica, literária, política, religiosa, entre outros. Em nosso caso, exprime uma doutrina filosófica seguida.

A palavra existencialismo surgiu durante a segunda guerra, elaborada pelo filósofo francês, Gabriel Marcel. Os trabalhos de Arthur Schopenhauer, Søren Kierkegaard, Fiódor Dostoiévski e dos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger tiveram influência na criação da palavra existencialismo do filosofo francês. Adotado pelo estudioso francês Jean-Paul Sartre que publicou o livro “O Existencialismo É um Humanismo” em 1946, ajudou a divulgar o termo.

Apesar da modernidade da palavra, as questões existenciais sempre foram os fundamentos da filosofia. A existência é tratada pelas antigas narrativas mitológicas, filosóficas e até da matemática. As mitologias tratam da existência de deuses e de um mundo metafísico. Desde a Grécia antiga, filósofos trabalham sobre a existência dos objetos matemáticos. Descartes defendia a dúvida de tudo, menos da existência: penso, logo existo. As filosofias gregas refletiam sobre a origem e o propósito da existência. O existencialismo moderno trata apenas de uma das principais questões existenciais. Para onde nós vamos?

Hoje, o termo se refere à escola de filósofos dos séculos XIX e XX. Estes pensadores têm em comum o ponto de partida do pensamento filosófico: o sujeito num mundo sem sentido e confuso. Os filósofos existencialistas mantiveram a ênfase no indivíduo, mas divergiram quanto a outros aspectos do existencialismo. Kierkegaard, fundador do existencialismo era religioso. Depois do pós guerra, ocorreu uma virada. Sartre e seu existencialismo eram ateus. O existencialismo se divide em dois seguimentos, um religioso e outro ateu.

Sartre foi o principal representante do existencialismo ateu. Assim, o existencialismo ateu era contrário ao existencialismo divino. Para o ateu, o homem era responsável por definir a sua essência, enquanto o divino era Deus que definia a essência. O existencialismo ateu declara que não existindo Deus, todo o fundamento universal desaparece, o que origina a subjetividade da moral. Então, um sentimento de angústia revela a fragilidade humana. Sua responsabilidade única perante qualquer ato permite uma certa liberdade individual para criação de seu projeto de vida ou compromisso social. Ainda em Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro existe e depois determina a sua essência, através das suas ações e forma de viver a vida. Nós discordamos com nosso exemplo do sapato. Quando o homem faz o sapato, ele sabe que é para calçar os pés. Ou seja, sua essência precede a sua existência.

Para Platão, tudo vem do mundo das ideias, ou seja, toda existência tem uma essência anterior. Tudo que o homem faz tem uma essência primeira. O carro é para nos locomover, a casa é para nós morarmos. Ou seja, tudo que o homem faz tem primeira a essência, a ideia, para depois existir. Na natureza também. A árvore tem a essência primeira, seja ela frutífera ou para sombrear, para depois existir. Para Sartre, o homem seria uma espécie de exceção, onde existimos para depois pensarmos em nossa essência. Enquanto Sartre foi considerado principal representante do existencialismo, o filósofo Søren Kierkegaard foi considerado o pai do existencialismo. Ele advogava a ideia que apenas o sujeito pensante poderia dar significado à sua vida, apesar dos obstáculos como o absurdo, a alienação, a ansiedade, entre outros.

Existencialismo é uma doutrina filosófica centrada na análise da existência e do modo como seres humanos têm existência no mundo. Procura encontrar o sentido da vida através da liberdade incondicional, escolha e responsabilidade pessoal. Segundo esta corrente filosófica, os seres humanos existem primeiramente e depois cada indivíduo passa a sua vida mudando a sua essência ou natureza. Este pensamento nos levou a uma variedade de existencialismos. O existencialismo filosófico exerceu uma grande influência na teologia e na psiquiatria. O existencialismo passou a influenciar a literatura europeia, sobretudo o teatro. Surgiu o “teatro do absurdo”, preocupado em mostrar a falta de sentido da vida.

A questão da dor também promoveu um tipo de existencialismo. O poeta e filósofo espanhol, Miguel de Unamuno, inovou com uma espécie de existencialismo da dor. Ele teria dito: o que nos torna humano é o fato de que sofremos. Ele aproxima de Buda que enfatiza o sofrimento e oferece o caminho Óctuplo para libertação.

Para José Ortega y Gasset, filósofo espanhol, não faz sentido separar nós do mundo. A premissa é que estamos imersos em circunstâncias particulares, muitas vezes opressivas e limitadoras. As limitações são físicas e psíquicas. Devemos imaginar novas possibilidades. Estas colidem com nossas circunstâncias atuais. A vida é uma série de colisões com o futuro. A realidade é um processo em evolução onde a vida e o mundo são dependentes um do outro. A razão é vital para esta libertação. Ela mantém a energia da vida.

Para Martin Heidegger, filósofo alemão, a existência humana é a questão fundamental da filosofia, mas ele criticava a abordagem abstrata do ser humano. Ele tentou uma análise mais concreta de uma perspectiva interna.  Na sua obra “O Ser e o Tempo”, o ser estava preso ao tempo. Somos seres essencialmente temporais. Sua filosofia ficou hermética até para ele mesmo, pois depois ele defendeu uma linguagem mais profunda, mais rica para a questão. Invocou a poesia para esta missão. Ele influenciou Sartre que o parafraseou em sua obra “O Ser e o Nada”.

 Tetsuro Watsuji, importante filósofo japonês da primeira metade do século XX, percebeu que os pensadores ocidentais tendem a uma abordagem individualista do homem, tanto ética quanto existencial. Ele explorou a natureza humana em termos das nossas relações com uma comunidade maior, uma rede dentro da qual existimos. Para ele, a ética não é uma questão individual, mas sim o esquecimento do eu em benefício de uma comunidade mais ampla.

Simone De Beauvoir, amante de Sartre, criticou o machismo em toda sociedade. Para ela, tanto a sociedade como a filosofia eram machistas. Aristóteles chegou a chamar a mulher de homem com defeito. Ela dizia que o “eu” da filosofia era masculino e o seu par binário feminino era o “outro”. O Eu filosófico era ativo e consciente. O eu feminino era passivo, sem voz e sem poder. Seu pensamento era uma espécie de feminismo existencial. Aí ela fazia eco com Sartre, nascemos sem essência e devemos escolher o que queremos ser. Sua reflexão sobre o feminismo tem um fundo de razão, mas seu existencialismo, como o de Sartre, não parece uma boa ideia.

Alberto Camus, argeliano, pregou que a vida será mais bem vivida se não tiver sentido. Talvez, esta vida bem vivida e sem sentido faz sentido para ele, com o perdão da redundância, mas não para nós. Ele parte de uma premissa estranha, que temos uma consciência. A questão é temos consciência ou somos a consciência? Depois ele afirma que o universo não tem sentido e contradiz o fato de pensarmos que a vida tem sentido. Como ele pode afirmar que o universo não tem sentido?

O filósofo e psiquiatra Frantz Fanom, em 1952, publicou a obra “Pele Negra, Máscara Branca”.  Ele estudou a herança psicológica e social dos negros pelo mundo. A submissão e o sentimento de inferioridade eram grandes entre os negros perante os brancos. Para Fanom, havia um desejo entre os negros de ter uma “existência branca”, o único caminho para eles. Temos aqui o “eu branco”, uma espécie de existencialismo racista.

Estes são exemplos modernos de existencialismos que se tornaram popular nos pós-guerras. É difícil ver sentido em guerras. Por isto, a falta de um idealismo, mas guerras integraram o mundo. Na antiguidade, uma tribo guerreava com outra e as unificava. Se não fosse as guerras, nós seriamos seres tribais até hoje. Atualmente, computadores e internet terminaram de globalizar o mundo e as guerras não fazem mais sentido.

Em sentido amplo, o existencialismo começa com a arte rupestre, passa pela mitologia e tem uma extensa série de precursores: Sócrates, Santo Agostinho, entre outros. Mas, em sentido restrito, a origem do existencialismo remonta a Kierkegaard que defende uma filosofia na qual o sujeito está implicado na sua reflexão quanto à existência. Diferente de Hegel que prega um idealismo existencial. Apesar da modernidade do existencialismo, há muito a humanidade vem lidando com as questões existenciais. As artes rupestres viam o sentido da vida na caça e em suas armas. Ao lado destas figuras representativas da vida física, os autores colocavam figuras metafísicas como seres metade homem e metade animal, entre outras.

Depois da arte rupestre, vieram os mitos. O que são os mitos senão a busca pelo significado da vida e da existência? As religiões e os mitos foram os primeiros existencialismos. As religiões sempre pregaram nossa origem de um criador, a partir de um mundo metafísico e nosso retorno para ele. Deus, Alá, Jeová, Natureza ou a Inteligência Suprema criou nosso mundo, a partir do mundo dele, de um mundo preexistente, o mundo metafísico, por assim dizer.

A ideia de ir além da física, levou a existência à uma transcendência. O objeto de estudo a metafísica compreende a causa primeira, o sentido da vida e a finalidade de tudo e de todos. O início, o meio e o fim. Aristóteles afirmou que metafísica é o estudo da causa primeira e dos princípios primeiros de todos os seres ou de todas as essências. Estudo que deve vir antes de todos os outros, porque é condição de todos eles. Aristóteles chamava a metafísica de filosofia primeira. Para o EM, a matemática-lógica-linguagem são a filosofia primeira, instrumentos metafísicos da existência, da vida e da mente. A existência inspirou nos trabalhos de Platão na teoria das ideias. Tal estudo aproxima de uma teologia natural. 

Teologia estuda o todo através da revelação. Metafísica estuda o todo através da razão. Estuda todas as coisas sob a perspectiva do conceito de ser supremo/absoluto e de causalidade, buscando a causa das causas, Deus, a causa suprema de todas as coisas. É a realidade máxima. Metafísica acaba sendo uma teologia natural. Diria, Teologia racional. Para a metafísica há uma harmonia perfeita no cosmo. Tudo é perfeito. O mundo é determinado pela causa e efeito, que é um mecanismo pedagógico de controle do todo.

Metafísica acaba sendo o principal campo da filosofia, pois os outros ramos da filosofia (ética, política, estética e lógica) são objetos de estudo também das ciências. Alguns cientistas renomados menosprezam a filosofia chamando de inútil, outros anunciam a sua morte. Porém, são searas complementares. Ciência é descrição analítica e Filosofia é interpretação sintética. Ciência estuda particularidades, fragmentos. A ciência e a sociedade se concentram nos 5 sentidos e acaba promovendo a ignorância metafísica.

Os racionalistas dos séculos XVII e XVIII alargaram o âmbito da metafísica. Entenderam que ela se ocupava não só da existência e natureza de Deus, mas também da distinção entre mente e corpo, da imortalidade da alma e do livre-arbítrio. Em nossa obra, trata-se do mesmo objeto de estudo, o mundo metafísico. Tanto a mente como a causa primeira estão além do mundo físico.

Assim, nosso espírito pertence ao mundo metafísico. Não adquirimos a alma ou espírito depois da morte biológica, mas sim somos almas. A Metafísica e as religiões pregam uma alma, espírito, consciência, um fluido vital além do cérebro. Nosso cérebro físico pertence a seara científica, onde termina a ciência. Entretanto, a ciência mapeia o funcionamento elétrico do cérebro, acredita que desvendou a existência em uma seara que não é sua.

O existencialismo moderno centra-se no sujeito pensador. Sócrates centrava o conhecimento no sujeito pensador e pregava o autoconhecimento. Descartes centrava o pensamento no sujeito e disse: penso, logo existo. Igualmente, o Existencialismo Metafísico centra no sujeito, no eu, como uma realidade inquestionável e eterna de um lado. Mas também tem foco no Eu-maior, no Universo. Diferentemente, o existencialismo moderno prega um mundo sem sentido e sem deus, no caso, um existencialismo ateu. Sócrates e Descartes não consideram Deus, mas buscavam o sentido racional da vida e não pessoal. O Existencialismo Metafísico vê sentido em tudo através de um “Eu-maior”, uma inteligência suprema ou Deus, como quiser.

A ciência nega este mundo metafísico, porém ela nunca terá uma resposta definitiva para o que é a vida, quando ela começa e termina. Nunca responderão por que a matéria inorgânica se tornou orgânica, pois estas searas não pertencem ao mundo físico e sim ao campo metafísico.

Em base física, todas as pessoas são iguais. Todas têm cérebro, coração, fígado, órgãos sexuais, dois braços, duas pernas, dois olhos. Excepcionalmente, temos a ausência de alguns deles ou a substituição por outro artificial. A diferença está apenas em detalhes genéticos. Mas em base psíquica, as diferenças entre as pessoas são extremas. A neurologia e a psicologia não têm uma boa explicação para isto. Em gêmeos univitelinos, temos corpos iguais e mentes diferentes. Então, podemos afirmar um distanciamento entre corpo e consciência. Sem a possibilidade de explicação da consciência em base científica, o encargo sobra para a filosofia. Para o verdadeiro filósofo, a consciência envolve a identidade, o “eu”.

Agora vem a pergunta: onde está o “eu”? No cérebro, alguns dirão, mais especificamente na glândula pineal. Espiritualistas afirmam ser tal glândula o ponto de contato entre a alma e o corpo, assim com uma função transcendente. Muito se discute sobre a função desta glândula, mas ela está sempre ligada ao sono. Como advogamos, os sonhos também pertencem ao mundo metafísico.

Então, a realidade se trata do “eu” em interação com o todo. Mas porque existe o tudo em vez do nada? Eis uma questão da filosofia materialista. Para as religiões, esta questão não tem mistério. Para a ciência, ela existe e nunca será resolvida em um laboratório, pois é uma questão metafísica.

A vida não pode ser um mero acidente, uma série de acasos. Nada faz sentido se não fomos planejados e com um universo sem propósito. Há um propósito cósmico do universo, uma programação para a integração do todo. A história é a execução de um plano oculto natural que conduz a um progresso moral e político da humanidade. A história universal tem um propósito cosmopolita, como quer o filósofo Kant. O progresso da ciência está atrelado a supremos interesses.

Não somos água combinado com outros elementos. Não somos o conjunto de seres estranhos a nós mesmo. Não somos um vazio ou sinais elétricos. Somos um ser e gostamos de pensar em termos metafísicos, de consciência, alma, espírito. Somos seres espirituais diferentes da matéria. Somos manipuladores da energia.

A origem única do universo convenceu as religiões, a ciência, filosofia e as artes. Tudo parece ter um começo, meio e fim. A sociedade registra o nascimento de todos os homens. Depois, sua maioridade, casamento, divórcio. No fim, o falecimento biológico. Cidades, países, animais, rios, mares, tudo tem uma história como início, meio e fim. Bom, muitos ainda não tiveram um “fim”, mas chegarão lá com o tempo. Nosso fim será a integração com o todo. A diversidade do mundo natural tem origem única que a tudo engloba. Existe uma convicção de que toda diversidade está interligada. Muitos cientistas defendem uma ordem por trás do aparente caos. A ordem oculta permeia tudo. Esta busca uniria a mente de Deus com uma teoria final.

A Criação foi um ato de escolha, de vontade, de liberdade. A Integração é um efeito determinista. Então qualquer existência é programada pelo ato da criação. Um carro não é um objeto incriado. Ele tem um criador. Uma flor não é algo incriado. Tudo tem um criador, seja a Inteligência maior ou o homem.

Então, o que somos? O que é o homem? Para Friedrich Nietzche, o homem é uma corda esticada entre o animal e o super homem. Para Nicolau maquiavel, o homem é mal por natureza, a memos que precise ser bom. Para Jean Jaques Rousseau: o homem é bom por natureza, a sociedade que o corrompe. Para John Locke: o homem nasce como uma folha de papel em branco que vai se preenchendo de acordo com as experiencias. Para Thomas Hobbes, o homem é o lobo do próprio homem em uma luta interminável. Estes filósofos não são nada românticos.

Espiritualistas gostam de ver tudo em termos de energia. Deus e o homem seriam energia. Einstein reduziu tudo a energia com sua fórmula pop: E=mc². Sendo E (energia), m (matéria) e c (velocidade da luz). Realmente se pensarmos em termos macros e micros, podemos pensar num monismo energético. A energia conjunta (seja ela petrolífera, eólica, nuclear, hidrelétrica ou qualquer outra) é o suporte para as tecnologias, para as economias, para as políticas dos países, para as residências e as vidas dos cidadãos. Todos os meios de transporte, coletivo ou individual, demandam energia, toda superestrutura industrial demanda energia. Toda economia e política gira em torno da energia.

Tudo é energia. Se nossos olhos enxergassem os átomos, tudo que veríamos seria energia. Não veríamos mesas, cadeiras, árvores, carros, mas sim apenas fluxos de energias. Nossa vida gira em torno de energia. Qualquer um de nós demanda energia, seja para andar, manusear as mãos, até para piscar, demanda energia fornecida pelos alimentos. Todos os sentidos (audição, visão, tato, gustação e cheiro) transformam em sinais elétricos no cérebro. Assim, a ciência física pode pensar em termos de um monismo elétrico.

Mas pensadores dualistas diferenciam algo que manipula a energia: a mente. De fato, quando usamos o interruptor para ascender uma lâmpada, estamos manipulando a energia. Quando transformamos água dos rios em energia e a transportamos por quilômetros até nossas casas, estamos manipulando a energia. Quando escavamos em busca de petróleo e o transformamos em gasolina, estamos manipulando a energia. Assim, sempre há algo além da energia, seja a mente ou a consciência, um espírito, alma ou um ente metafísico que manipula a energia. 

Enquanto a ciência nega esta metafísica, as religiões a defendem. O pensamento moderno é o embate entre a ciência e a religião, a física x a metafísica. Então, o que somos?  A ciência acredita que somos uma máquina biológica, viemos do Nada para viver despropositadamente e voltar para o Nada. Forças cegas e sem propósito dirigem o mundo. A ciência e as religiões não têm boas respostas para as questões existenciais, por isso usamos a metafísica para explicar a existência. A ideia da obra é oferecer respostas e tentar aproximar da realidade sem negar qualquer área do conhecimento, justificando a razão de existir graças a um ato de vontade.

O Existencialismo Metafísico vai discordar das religiões e da ciência e oferecer responder as questões existenciais.

Quem sou eu? É questão de individualização e não chega a ser uma questão metafísica, pois somos apenas um cidadão comum. Cotidianamente dizemos: sou fulano, profissão tal e coisa, moro na rua x do bairro y.

De onde eu vim? O que é sou? Para onde vou? São perguntas transcendentais e iguala todos. Sou uma consciência, vindo de um ato de vontade e do mundo metafísico, usufrutuário da energia em evolução dentro do dualismo pedagógico, rumo à integração.

Do ponto de vista antropológico, o homem precisa de um norte para sua vida, de sentido, de um caminho a seguir.  Criação, Evolução e Integração.  É possível vislumbrar tudo no universo com base nestas premissas.  Do ponto de vista da unicidade de existência, as premissas são criticáveis. Do ponto de vista da pluralidade de existências biológicas, as premissas são perfeitas e inquestionáveis e fica fácil dar sentido à vida. Existem dois mundos, o físico e o metafísico, nas quais a existência alterna até completar a plena integração. 

Para nosso sistema, há uma harmonia perfeita no cosmo. Tudo é perfeito. O mundo é determinado pela causa e efeito, mecanismo pedagógico e de controle do todo. Sem a Metafísica, o conhecimento nunca chegará a uma resposta satisfatória para o que é a vida e o universo. EM oferece abordagem diferenciada para dilemas filosóficos, éticos, psicológicos, como determinismo ou livre-arbítrio, inato ou adquirido, o bem e o mal, guerra e paz. Também pode ajudar a superar desafios étnicos, ter a convivência pacífica entre os diversos povos, superar o fundamentalismo religioso, conciliar lucros com as necessidades das pessoas ou até mesmo a fundar e desenvolver um novo comunismo.

O Existencialismo Metafísico advoga o ato de vontade como causa primária do monismo, do dualismo, do pluralismo. Antes da Criação, apenas uma Inteligência Superior, um monismo. A Inteligência Maior passou pelo dualismo ao dividir a realidade. O conteúdo da nova realidade é pluralista. As entidades deste pluralismo, em caminho inverso, passam pelo dualismo para chegar ao monismo. A Inteligência Suprema ao dividir a realidade passa pelo dualismo, criando a diversidade. Em caminho simétrico e inverso, cada uma das entidades do pluralismo interage com as outras e passa pelo dualismo para chegar à integração. 

Religiões, ciências e as filosofias não têm explicação para a dualidade natural.  As religiões podem alegar que foi a vontade de deus sem uma razão plausível. As ciências vão atribuir o dualismo ao acaso, coincidências, natureza. O Existencialismo Metafísico explica o dualismo de forma plausível e interdependente do monismo e pluralismo.

Início, meio e fim. Criação, Evolução e Integração. Viemos de um mundo metafísico e de um ato de vontade, atravessamos o dualismo e desenvolvemos rumo à integração plena, alternando os mundos físico e metafísico.

Por fim, o Existencialismo Metafísico acaba sendo uma metamatemática e uma metanarrativa. Uma metamatemática porque vai até origem da matemática, advoga o direito de existir dos objetos math e linguísticos. Uma metanarrativa porque abarca a história humana e todo conhecimento em um único sistema. Assim, ele é uma espécie de matemática primeira, filosofia primeira ou uma teologia natural.

 

Capítulo 11 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

 

11 – Fluxo do Universo

 

 Como funciona o universo? A física vai falar em entropia, a qual prega um caminho da ordem para a desordem. Um ovo cai, quebra e a gema e clara saltam para fora da casca e não tem como voltar a ser ovo. A biologia vai falar em evolução e seleção natural, luta pela vida onde o mais forte ou habilidoso em detrimento do mais fraco. Estas forças, entropia e seleção natural, negam a inteligência do universo e da vida. Mesmo o ovo quebrado vira alimento para a vida. O ovo não quebrado resulta em outra vida. A seleção natural não prevê o fraco de posse de uma arma de fogo que pode eliminar o forte ou habilidoso. Estas forças cegas da natureza não têm um propósito para o universo e para a vida. O acaso regularia o funcionamento do universo.

Estas ciências têm uma visão materialista da existência. Em oposição, as religiões têm uma visão espiritualista da vida e do universo. Elas vão defender o Criador do universo, da vida e um propósito para a criação. O mundo físico está em interação como o mundo metafísico. Porém, tal criação e propósito são infantis, defendidas em tradições orais e livros sagrados. Elas pregam deus (es) intervencionistas em que os mais adoradores teriam benesses maiores, como ganhar dinheiro, uma guerra ou jogo de futebol. Apesar do intervencionismo, o acaso não existiria. Uma folha não cairia da árvore sem a permissão de Deus.

Forças cegas ou fé cega não são boas explicações para a existência. Não conseguimos entender um universo sem inteligência. A Natureza ou Deus têm que ser uma inteligência suprema e não infantilidades primitivas. Devemos buscar uma racionalidade maior da inteligência suprema, seja ela a Natureza, Deus ou qualquer outro nome que queiram dar. Uma inteligência intervencionista não é uma inteligência suprema, pois suas leis poderiam ser infringidas por inteligências inferiores, como os humanos. Esta é nossa premissa: a inteligência suprema criou leis cósmicas perfeitas e sem necessidades de retoques, emendas ou intervenção direta.

Forte nesta ideia, vamos advogar axiomas e regras mínimas para a existência e funcionamento da vida e do universo. O pluralismo da existência é inegável e, assim, as interações entre estas existências é igualmente inegável. Não há existência isolada, pois só de pensar em algo isolado, este algo já está interagindo com o pensamento de alguém. A interação é sempre dualística sem interações simultâneas com 3 objetos. Em física, temos um clássico problema dos 3 corpos. As leis da gravidade de Newton são claras para 2 corpos. A interação direta de um terceiro gera o caos entre eles. A lua interage com a terra que interage com o Sol que interage com a galáxia. As palavras de uma frase são organizadas linearmente e a interação é sempre com a próxima palavra da linha, para depois interagir com a seguinte e assim sucessivamente. Logo, não há interação entre 3 palavras simultaneamente, mas sim sequencialmente.

Igualmente em matemática, a interação entre os números é sempre binária. Aparentemente, podemos ter um operando, mas sempre há uma operação binária de 2 operandos implícita. É o caso da função com uma variável de entrada: ln (x), log (x), x, x!, sen(x), x². Em todas elas temos uma variável, mas que opera com duas ou mais quantidades. Em um caso, x² = x.x, em que a variável opera com ela mesmo, ou seja, são dois operandos. Há o caso de operação unária em que há apenas um operando, mas não se trata de uma operação para nós, mas sim de questão existencial em razão do princípio da negação. Também se fala em operação ternária em matemática com 3 operandos, mas sempre interagindo inicialmente 2 operandos e depois interagindo com o terceiro. É uma função com 3 variáveis. Por exemplo, o produto de 3 vetores não são simultâneos: w(u.v)=u(w.v)=v(u.w), sendo realizada duas operações binárias que resultam em um vetor.

Dentre um conjunto (de astros, palavras ou números), dois elementos interagem e temos um efeito (movimento, sentido ou resultado). Como um sistema, temos um conjunto de onde saem 2 elementos para se relacionarem e produzir um resultado. Dentro da visão sistêmica da realidade, o funcionamento implica em uma entrada, um processamento e uma saída.

O processamento do sistema liga a entrada do sistema à saída. Nós advogamos que este elo é pela lógica universal “se-então-senão”. Em tecnologia da informação, isto é trivial, implicando em zilhões de fenômenos em celulares e computadores no mundo inteiro. A estrutura de funcionamento lógico dos algoritmos é classificada como sequencial, condicional e de repetição. A estrutura sequencial tem caminho único do algoritmo no fluxograma. Porém, a lógica “se-então” está implícita. Isto é muito comum em calculadoras. “Se” o usuário escolhe subtrair 6 de 9, “então” o resultado é 3. Quem escolhe a entrada de dados é o usuário, mas a saída é determinística. Aqui, podemos ver 2 valores filosóficos fortes em nosso sistema filosófico: liberdade x determinismo. Eles se juntam ao valor existencial dos objetos matemáticos, no caso, os números.

A estrutura condicional deixa claro a lógica universal “se-então-senão”. Primeiro, estabelecemos uma condição existencial, depois 2 caminhos (no fluxograma) para seguir, um por conta do “então”, outro por conta do “senão”. Exemplificando fica mais visível. “Se” eu ganhar mil reais (condição existencial), “então” vou viajar para a praia. “Senão”, fico em casa. Esta condição em lógica é nomeada verdadeira (então) ou falsa (senão). Em lógica booleana, a condição é 1 e 0, se existir ou não respectivamente.

A estrutura de repetição são vários “se-então-senão” seguidos. Um programa de contagem utiliza deste artifício. Declaramos um número para iniciar a contagem, inserimos um comando de incremento até o número final da contagem. Na vida “real” também isto ocorre com frequência. Imagine um desempregado procurando emprego. Ele vê várias oportunidades nos classificados. Seleciona um e vai para entrevista. Não deu certo, vai para outra entrevista e para outra até acertar.

Para nós, este é o fluxo do universo: se-então-senão. Estes não são valores físicos, mas são valores metafísicos universais. As pessoas tomam decisões certas e progridem. Também tomam decisões erradas e entram no refluxo do senão. De um ponto de vista biológico-jurídico, um crime de homicídio é um erro sem volta e sem reparo. Entretanto, de um ponto de vista reencarnacionista, o criminoso pode morrer pela arma que empregou no crime em outra oportunidade existencial. Vale salientar que a definição de homicídio (acabar com uma vida) não vale para a nossa realidade, o mundo metafísico.

Neste sentido, a liberdade de tomar decisões não existiria, pois tudo estaria programado e determinístico. Quando tomamos uma decisão errada, em loop de repetição, teremos outra oportunidade de tomar a decisão certa. Para nós, o exercício da liberdade de escolha para a decisão errada existiu e de forma absoluta. O fluxo lógico “se-então-senão” pode parecer realmente uma programação cósmica que limita a liberdade. Mas existe uma liberdade que acreditamos ser absoluta: a liberdade de criação ou imaginação. Agora, vamos advogar esta ideia com base na matemática: a liberdade de criação ou escolha dos axiomas.

Inicialmente, o método axiomático-dedutivo continha axiomas auto evidentes, conforme a geometria euclidiana. Este método consistia de algumas definições absolutas iniciais e regras de interação para sustentar a geometria. Com o surgimento das geometrias não euclidianas, os axiomas inquestionáveis da geometria dão lugar para liberdade de escolha. Os axiomas ganham liberdade na criação e permitiu surgir a axiomatização da álgebra, da aritmética e da matemática das probabilidades. A única preocupação era com as consequências dos axiomas. “Se” definirmos assim, “então” ocorre assado, “senão” está errado e há um loop, um reinício. A lógica “se-então-senão” funciona em toda matemática e em toda existência.

Em aritmética, os operandos e a operação são de livre escolha, mas o resultado é determinista. Similarmente, temos o se-então. Os operandos são os dados de entrada: parcelas na adição, fatores na multiplicação, minuendo e subtraendo da subtração, entre outros. Definidos tais operandos e sua operação binária temos o resultado: soma, diferença, quociente, produto. Em álgebra, definindo as constantes em interação com as variáveis, temos o conceito de função em que a entrada de uma variável, processada pela lei da função, resulta em apenas um valor. Em álgebra moderna, quando definimos o conjunto e a operação, a interação de 2 elementos produz um resultado. Igualmente, podemos vislumbrar a lógica se-então-senão.    

Em analogia à computação, pode-se vislumbrar um sistema intelectual semelhante entre os humanos e as máquinas inteligentes. De modo simples, sistema intelectual envolve a memória curta e longa, linguagem e processamento de informações. A lógica se-então-senão é forte nas duas. Nos seres humanos, este sistema cognitivo é metafísico e nas máquinas, semelhantemente, é virtual. Obviamente, o ser humano tem muitas diferenças das máquinas, como as emoções e sentimentos. Acreditamos que as emoções gravitam em torno da lógica “se-então-senão” e são efêmeros, enquanto o aprendizado lógico “se-então-senão” dos objetos permanece no tempo-espaço.    

A lógica pode ser um sistema, como no caso do silogismo, ou a dinâmica do sistema (se-então), ligando entrada e saída. Existem muitas lógicas, pois existem muitos sistemas. Mas toda lógica tem o princípio processual dinâmico “se-então-senão”, fundamento da lógica. Este princípio é aplicado de forma simples e ampla. Se as premissas estão certas, então a conclusão é verdadeira, senão é falsa. Até mesmo os animais são regidos pela lógica se-então-senão: se é comida, então comer, senão, não comer e procurar comida; se é fêmea, então acasalar; se é um predador, então fugir. Todo e qualquer sistema tem entrada e saída de dados, memória e o processamento se-então-senão. Do computador aos insetos, da vida humana a vida vegetal temos (ou somos) estes sistemas. O ser humano recebe dados sensoriais diversos. Ao processá-los, fica armazenado em sua memória e a saída forma hábito, relatório, fala, entre outros.  A lógica se-então-senão resolve as decisões. Se a decisão for errada (senão), entra no processo de repetição. “Se-então” é o fluxo do universo. O “senão” é o contrafluxo do universo. Em computação, o “senão” envolve o loop, um processo de repetição que volta ao começo da programação até que uma condição (se-então) seja satisfeita. 

A reflexão sobre esta ideia lógica se-então revela a existência de 3 princípios universais: existencial, liberdade e determinismo. Ela funciona em toda matemática. Primeiro, cria-se a existência dos objetos matemáticos, depois veem as consequências lógicas. Definições e problemas matemáticos sempre começam com a liberdade do “se”, a criação ou uso dos objetos matemáticos: sejam “x” e “y”...; dados os conjunto A e B.... Mas em seguida vem o determinismo em que o aluno deve apresentar o “então”: calcule o resultado da soma do par de objetos matemáticos x,y; determine a intersecção dos conjuntos A e B, igualmente objetos matemáticos.

Estes valores filosóficos da matemática estão em toda realidade, especialmente no Direito. Os maiores valores do Direito são a vida (a existência), liberdade e igualdade. todos os outros direitos e leis são com base nestes princípios.  Estes valores jurídicos não são valores matemáticos, pois não podem ser precificados, não podem ser quantificados. Por isto, matemáticos não os enxergam. Filosoficamente, os valores liberdade e igualdade são visíveis e fáceis de conciliar na matemática. A matemática só não conseguiu conciliar o valor existencial ainda. Tais valores são universais e existem também na política, na economia e nas religiões, mas difíceis de conciliar em razão das limitações filosóficas e teológicas do homem. Os valores liberdade e igualdade, fortemente presentes no direito, promovem um duelo na política e na economia: esquerda x direita. A esquerda fundamenta-se no valor da igualdade, enquanto a direita baseia-se na ideia da liberdade. Isto é assunto para outro campo de estudo de nossa seara, Metadireito.

Os 3 maiores valores do direito (existencial, liberdade, igualdade) são valores de todo e qualquer sistema. Para se ter um sistema, há necessidade existencial de objetos para haver interações lógicas. Liberdade é o direito de escolha dentro do sistema, mas toda escolha tem consequências lógicas. Este determinismo lógico implica em um resultado lógico, representado na matemática com a igualdade. Dentro de um sistema, nós somos objetos físicos e metafísicos. Nosso corpo é um sistema que interage com meio ambiente. Nossa mente é sistema que interage com o ambiente. Mas também somos um objeto quando interagimos com o todo, outro sistema.  Os conceitos jurídicos relevantes e inconciliáveis da ciência do Direito (liberdade e igualdade) são facilmente percebidos na matemática. Pode-se escolher números aleatórios em uma equação, mas passados pelas regras aritméticas, a igualdade é inevitável. Ou seja, atua-se na causa, mas efeito é inevitável. 

Para o EM, assim como o método axiomático-dedutivo moderno, tudo começa com um ato de vontade, um ato de liberdade, para depois vir o determinismo. Então, temos liberdade inicialmente e depois do ato de vontade temos o determinismo, um resultado. Existe muitos nomes e filosofias para este dualismo. Causa e efeito, lei do retorno, lei da consequência, reencarnação.  Entretanto, há uma divergência filosófica entre liberdade e o determinismo, pois alguns defendem a incompatibilidade entre os dois.  O livre-arbítrio afirma que somos administradores de nós mesmos, fazemos escolhas e temos um futuro aberto. O determinismo nega o livre-arbítrio e prega um mundo fechado. Alguns defendem que o determinismo é incompatível com o livre-arbítrio, enquanto outros advogam a compatibilidade.

Há duas teorias filosóficas que negam a coexistência do determinismo e do livre-arbítrio: enquanto o libertismo prega que o universo não pode ser determinista, por que temos liberdade, o determinismo radical defende que a liberdade é apenas ilusão. Em contrapartida, o compatibilismo utiliza a estratégia naturalista de que o livre-arbítrio é produto da evolução. O mundo, inicialmente, tinha um futuro fechado em causa e efeito. Depois se tornou aberto com a liberdade de escolha, oportunidade que surge a moral, o direito e as religiões que pregam a responsabilidade, uma espécie de determinismo moral, legal. Como o método axiomático-dedutivo, temos liberdade no início e determinismo no final.  

Nas religiões, o compatibilismo tem uma forte analogia com a alegoria da semeadura que ilustra bem a ideia da lógica se-então: a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Podemos escolher plantar arroz ou feijão, mas depois de escolhido arroz, a colheita é de arroz. A narrativa alegórica se torna moral quando fazemos esta analogia: podemos escolher o bem ou o mal, mas depois de escolhido, a responsabilidade é obrigatória. 

Também percebemos esta lógica “se-então” na física. Grandeza em estudo da física, refere-se ao possa ser medido. Medir significa comparar o tamanho de duas coisas: um padrão escolhido pelo observador e outro padro do objeto a ser estudado e comparado com o padrão. A medição mais comum é o comprimento. Todos que passaram pela escola já lidaram com uma régua. A regra é um encadeamento de unidades de medidas em milímetros e centímetros. Esta ideia é chamada de escala. Aí é só comparar com objetos a serem medidos que a régua irá dizer a mesma quantidade de centímetros e milímetros dos objetos a serem estudados e medidos.

As unidades de metros, polegadas, segundos, horas, pesos, massas, densidades não são algo determinado ou visível na natureza. Estudiosos escolhem com liberdade, bom senso e inteligência tais unidades de medida e a sociedade passa a compartilhar. São padrões aleatórios escolhidos pelo homem e adotados pela sociedade. Há sempre a liberdade no começo. O determinismo vem depois da escolha. A trindade física, matéria-tempo-espaço, são grandezas, passíveis de serem medidas para serem estudadas. Tais medições foram definidas de forma livre e compartilhadas ao longo da história humana.

Da mesma forma que o método axiomático-dedutivo matemática moderna, a física começa com uma liberdade de axiomas, definições, premissas. Pode-se escolher uma entre várias unidades de medida, mas depois de escolhida ela irá ter a mesma medida para todos objetos de estudo. Em forma lógica se-então-senão, se escolheu o metro ou polegada como unidade de medida, então o determinismo será a mesma medida para todos objetos, senão a conta tá errada.

Na física, o universo macro é determinado. A partir de fenômeno, dado o estado inicial, em seguida, teremos apenas um estado físico possível. Vigora o princípio da causa e efeito. Ao aplicar uma força em um objeto imóvel, o único estado seguinte será o deslocamento do objeto na mesma direção da força aplicada. Observem que a causa foi um ato de vontade, mas o movimento foi determinístico. Quanto ao movimento inicial do universo, a física atribui ao Acaso, ao Nada e ao Big Bang. As religiões pregam um ato de vontade, conforme o criacionismo divino. 

A nível quântico tal determinismo foi minguado. A matemática das probabilidades passou a regular o movimento no mundo subatômico. Porém, se o elétron pode “escolher” onde vai estar, podemos especular um princípio existencial, dotado de vontade.

Ao que parece, toda matemática deriva de uma liberdade inicial e determinismo na sequência. Os problemas ensinados na escola sempre começam com uma liberdade do professor e cabe ao aluno buscar o determinismo. As operações elementares também funcionam assim. A álgebra moderna, assim, funciona. Igualmente, funciona na lógica computacional. A programação propriamente dita também contém o “se-então”. A condicional começa com o teste lógico e o “se” for verdadeiro, “então” seguirá determinado caminho, “senão” (se for falso) seguirá caminho diverso. A programação de repetição funciona como “se-então” repetidos diversas vezes.

A liberdade da criação de axiomas na matemática, principalmente em matemática pura, nos permite a imaginação sem limites e ela deu um salto conceitual para o infinito. Há uma tendência de se acreditar que o mundo “real” é finito. De fato, o número de gotas d’água do oceano e grãos de areia da terra, apesar da impossibilidade técnica de se contar, são passíveis de serem contados. Mas os números naturais e reais são infinitos, com a diferença de que os naturais tem um começo, mas não os reais. Os naturais são infinitos numa única direção. Na reta numérica, começam no zero e se estendem ao infinito pela direita. Incrivelmente, entre dois números reais quaisquer existe infinitos números. É o que se chama de matemática contínua em oposição a matemática discreta dos naturais. 

Agora, o “se” e o “então” não são mensuráveis, são princípios universais. A liberdade e a igualdade são princípios matemáticos, mas também funcionam nas ciências físico-biológicas e nas ciências sociais (economia, política e direito). Entretanto, o homem ainda não os sabe conciliar tais princípios em razão de sua infância evolutiva. Existência, liberdade e igualdade são 3 valores jurídicos-filosóficos, mas também são valores matemáticos, mas não podem ser precificados, não podem ser quantificados. Por isto, matemáticos e os físicos não os enxergam. Esta ideia será defendida em outra obra de nossa seara, Metadireito.

A existência dos objetos matemáticos e a lógica “se-então” são valores filosóficos da matemática. A existência do homem frente a liberdade e as consequências são valores jurídicos e filosóficos universais. Com base na teoria dos sistemas e no Direito, advogamos o direito existencial dos objetos matemáticos e linguísticos frente o sistema axiomático-dedutivo. A negação ao direito existencial de tais objetos nega também a matemática e a linguagem como sistemas e gera incoerência.

A fluxo do universo é o “se-então”. O “senão” é contrafluxo do universo. Este é um caminho muito inteligente de controlar o universo. A lógica “se-então-senão” vai aumentando a memória da inteligência com os “erros” e “acertos”. O aumento da memória e do processador leva ao fluxo, enquanto a memória menor pode levar ao contrafluxo que gera um loop, uma repetição de decisão e permite o acerto em um fututo. A vida é um emaranhado de causa e efeito. Muitos efeitos são difíceis de enxergar a causa que pode inúmeras e estar em um passado remoto, a considerar as teologias orientais.

Os fundamentos da realidade e os fundamentos da matemática se confundem. Tales foi o primeiro filósofo. Ele buscou os fundamentos da realidade e para ele, a água era o princípio da realidade. Biologicamente, ele tinha razão. A vida vem da água. Outros defenderam que o ar, outros a terra, outros o fogo era o princípio. Esta ideia ficou conhecida como os 4 elementos. Mas foi Pitágoras o primeiro filósofo a defender que os fundamentos da realidade era números. Tudo era números. Vale dizer, os fundamentos da realidade e da matemática são os mesmos. Ele tinha razão. Tudo que existe é passível de ser contado (e também nomeado).

Fazendo eco com Pitágoras, Platão relevou a matemática ao mundo das ideias e a um Demiurgo. Este seria o Deus da Razão, o Deus Matemático. Racionalismo é uma posição epistemológica, releva a razão e menospreza os sentidos e a experiência (empirismo, posição filosófica oposta). Tudo que existe tem uma causa (EM, esta causa é um ato de vontade), com consequências lógicas. Advogamos o compatibilismo entre liberdade e determinismo. Temos liberdade nas decisões e escolhas erradas nos levam ao contrafluxo até a escolha certa. Há realmente uma programação cósmica nisto, passível de crítica da liberdade de decisão, mas a liberdade de criação é plena.

A vida é o direito existencial. Depois dele, temos a liberdade e a igualdade como os maiores valores do Direito. Em síntese, a vida é o direito de existência frente a liberdade de escolha e o determinismo desta escolha. Não é o acaso e nem uma intervenção divina direta que movem o nosso mundo, mas a lógica se-então-senão que promove o fluxo e contrafluxo do universo. Em todas as interações, a lógica liga todas entradas às saídas de todos sistemas, seja físico ou metafísico.

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