Estas ciências têm uma visão materialista
da existência. Em oposição, as religiões têm uma visão espiritualista da vida e
do universo. Elas vão defender o Criador do universo, da vida e um propósito
para a criação. O mundo físico está em interação como o mundo metafísico.
Porém, tal criação e propósito são infantis, defendidas em tradições orais e
livros sagrados. Elas pregam deus (es) intervencionistas em que os mais
adoradores teriam benesses maiores, como ganhar dinheiro, uma guerra ou jogo de
futebol. Apesar do intervencionismo, o acaso não existiria. Uma folha não
cairia da árvore sem a permissão de Deus.
Forças cegas ou fé cega não são boas
explicações para a existência. Não conseguimos entender um universo sem
inteligência. A Natureza ou Deus têm que ser uma inteligência suprema e não
infantilidades primitivas. Devemos buscar uma racionalidade maior da
inteligência suprema, seja ela a Natureza, Deus ou qualquer outro nome que
queiram dar. Uma inteligência intervencionista não é uma inteligência suprema,
pois suas leis poderiam ser infringidas por inteligências inferiores, como os
humanos. Esta é nossa premissa: a inteligência suprema criou leis cósmicas
perfeitas e sem necessidades de retoques, emendas ou intervenção direta.
Forte nesta ideia, vamos advogar axiomas e
regras mínimas para a existência e funcionamento da vida e do universo. O
pluralismo da existência é inegável e, assim, as interações entre estas
existências é igualmente inegável. Não há existência isolada, pois só de pensar
em algo isolado, este algo já está interagindo com o pensamento de alguém. A
interação é sempre dualística sem interações simultâneas com 3 objetos. Em
física, temos um clássico problema dos 3 corpos. As leis da gravidade de Newton
são claras para 2 corpos. A interação direta de um terceiro gera o caos entre
eles. A lua interage com a terra que interage com o Sol que interage com a
galáxia. As palavras de uma frase são organizadas linearmente e a interação é
sempre com a próxima palavra da linha, para depois interagir com a seguinte e
assim sucessivamente. Logo, não há interação entre 3 palavras simultaneamente,
mas sim sequencialmente.
Igualmente em matemática, a interação
entre os números é sempre binária. Aparentemente, podemos ter um operando, mas
sempre há uma operação binária de 2 operandos implícita. É o caso da função com
uma variável de entrada: ln (x), log (x), x, x!, sen(x), x². Em
todas elas temos uma variável, mas que opera com duas ou mais quantidades. Em
um caso, x² = x.x, em que a variável opera com ela mesmo, ou seja, são dois operandos.
Há o caso de operação unária em que há apenas um operando, mas não se trata de
uma operação para nós, mas sim de questão existencial em razão do princípio da
negação. Também se fala em operação ternária em matemática com 3 operandos, mas
sempre interagindo inicialmente 2 operandos e depois interagindo com o
terceiro. É uma função com 3 variáveis. Por exemplo, o produto de 3 vetores não
são simultâneos: w(u.v)=u(w.v)=v(u.w), sendo realizada duas operações binárias
que resultam em um vetor.
Dentre um conjunto (de astros, palavras ou
números), dois elementos interagem e temos um efeito (movimento, sentido ou
resultado). Como um sistema, temos um conjunto de onde saem 2 elementos para se
relacionarem e produzir um resultado. Dentro da visão sistêmica da realidade, o
funcionamento implica em uma entrada, um processamento e uma saída.
O processamento do sistema liga a entrada
do sistema à saída. Nós advogamos que este elo é pela lógica universal
“se-então-senão”. Em tecnologia da informação, isto é trivial, implicando em
zilhões de fenômenos em celulares e computadores no mundo inteiro. A estrutura
de funcionamento lógico dos algoritmos é classificada como sequencial,
condicional e de repetição. A estrutura sequencial tem caminho único do
algoritmo no fluxograma. Porém, a lógica “se-então” está implícita. Isto é
muito comum em calculadoras. “Se” o usuário escolhe subtrair 6 de 9, “então” o
resultado é 3. Quem escolhe a entrada de dados é o usuário, mas a saída é
determinística. Aqui, podemos ver 2 valores filosóficos fortes em nosso sistema
filosófico: liberdade x determinismo. Eles se juntam ao valor existencial dos
objetos matemáticos, no caso, os números.
A estrutura condicional deixa claro a
lógica universal “se-então-senão”. Primeiro, estabelecemos uma condição
existencial, depois 2 caminhos (no fluxograma) para seguir, um por conta do
“então”, outro por conta do “senão”. Exemplificando fica mais visível. “Se” eu
ganhar mil reais (condição existencial), “então” vou viajar para a praia.
“Senão”, fico em casa. Esta condição em lógica é nomeada verdadeira (então) ou
falsa (senão). Em lógica booleana, a condição é 1 e 0, se existir ou não
respectivamente.
A estrutura de repetição são vários
“se-então-senão” seguidos. Um programa de contagem utiliza deste artifício.
Declaramos um número para iniciar a contagem, inserimos um comando de
incremento até o número final da contagem. Na vida “real” também isto ocorre
com frequência. Imagine um desempregado procurando emprego. Ele vê várias
oportunidades nos classificados. Seleciona um e vai para entrevista. Não deu
certo, vai para outra entrevista e para outra até acertar.
Para nós, este é o fluxo do universo:
se-então-senão. Estes não são valores físicos, mas são valores metafísicos
universais. As pessoas tomam decisões certas e progridem. Também tomam decisões
erradas e entram no refluxo do senão. De um ponto de vista biológico-jurídico,
um crime de homicídio é um erro sem volta e sem reparo. Entretanto, de um ponto
de vista reencarnacionista, o criminoso pode morrer pela arma que empregou no
crime em outra oportunidade existencial. Vale salientar que a definição de
homicídio (acabar com uma vida) não vale para a nossa realidade, o mundo
metafísico.
Neste sentido, a liberdade de tomar
decisões não existiria, pois tudo estaria programado e determinístico. Quando
tomamos uma decisão errada, em loop de repetição, teremos outra oportunidade de
tomar a decisão certa. Para nós, o exercício da liberdade de escolha para a
decisão errada existiu e de forma absoluta. O fluxo lógico “se-então-senão”
pode parecer realmente uma programação cósmica que limita a liberdade. Mas
existe uma liberdade que acreditamos ser absoluta: a liberdade de criação ou
imaginação. Agora, vamos advogar esta ideia com base na matemática: a liberdade
de criação ou escolha dos axiomas.
Inicialmente, o método axiomático-dedutivo
continha axiomas auto evidentes, conforme a geometria euclidiana. Este método
consistia de algumas definições absolutas iniciais e regras de interação para
sustentar a geometria. Com o surgimento das geometrias não euclidianas, os
axiomas inquestionáveis da geometria dão lugar para liberdade de escolha. Os
axiomas ganham liberdade na criação e permitiu surgir a axiomatização da
álgebra, da aritmética e da matemática das probabilidades. A única preocupação
era com as consequências dos axiomas. “Se” definirmos assim, “então” ocorre
assado, “senão” está errado e há um loop, um reinício. A lógica
“se-então-senão” funciona em toda matemática e em toda existência.
Em aritmética, os operandos e a operação
são de livre escolha, mas o resultado é determinista. Similarmente, temos o
se-então. Os operandos são os dados de entrada: parcelas na adição, fatores na
multiplicação, minuendo e subtraendo da subtração, entre outros. Definidos tais
operandos e sua operação binária temos o resultado: soma, diferença, quociente,
produto. Em álgebra, definindo as constantes em interação com as variáveis,
temos o conceito de função em que a entrada de uma variável, processada pela
lei da função, resulta em apenas um valor. Em álgebra moderna, quando definimos
o conjunto e a operação, a interação de 2 elementos produz um resultado. Igualmente,
podemos vislumbrar a lógica se-então-senão.
Em analogia à computação, pode-se
vislumbrar um sistema intelectual semelhante entre os humanos e as máquinas
inteligentes. De modo simples, sistema intelectual envolve a memória curta e
longa, linguagem e processamento de informações. A lógica se-então-senão é
forte nas duas. Nos seres humanos, este sistema cognitivo é metafísico e nas
máquinas, semelhantemente, é virtual. Obviamente, o ser humano tem muitas
diferenças das máquinas, como as emoções e sentimentos. Acreditamos que as
emoções gravitam em torno da lógica “se-então-senão” e são efêmeros, enquanto o
aprendizado lógico “se-então-senão” dos objetos permanece no tempo-espaço.
A lógica pode ser um sistema, como no caso
do silogismo, ou a dinâmica do sistema (se-então), ligando entrada e saída.
Existem muitas lógicas, pois existem muitos sistemas. Mas toda lógica tem o
princípio processual dinâmico “se-então-senão”, fundamento da lógica. Este
princípio é aplicado de forma simples e ampla. Se as premissas estão certas,
então a conclusão é verdadeira, senão é falsa. Até mesmo os animais são regidos
pela lógica se-então-senão: se é comida, então comer, senão, não comer e
procurar comida; se é fêmea, então acasalar; se é um predador, então fugir.
Todo e qualquer sistema tem entrada e saída de dados, memória e o processamento
se-então-senão. Do computador aos insetos, da vida humana a vida vegetal temos
(ou somos) estes sistemas. O ser humano recebe dados sensoriais diversos. Ao processá-los,
fica armazenado em sua memória e a saída forma hábito, relatório, fala, entre
outros. A lógica se-então-senão resolve
as decisões. Se a decisão for errada (senão), entra no processo de repetição.
“Se-então” é o fluxo do universo. O “senão” é o contrafluxo do universo. Em
computação, o “senão” envolve o loop, um processo de repetição que volta ao
começo da programação até que uma condição (se-então) seja satisfeita.
A reflexão sobre esta ideia lógica
se-então revela a existência de 3 princípios universais: existencial, liberdade
e determinismo. Ela funciona em toda matemática. Primeiro, cria-se a existência
dos objetos matemáticos, depois veem as consequências lógicas. Definições e
problemas matemáticos sempre começam com a liberdade do “se”, a criação ou uso
dos objetos matemáticos: sejam “x” e “y”...; dados os conjunto A e B.... Mas em
seguida vem o determinismo em que o aluno deve apresentar o “então”: calcule o
resultado da soma do par de objetos matemáticos x,y; determine a intersecção
dos conjuntos A e B, igualmente objetos matemáticos.
Estes valores filosóficos da matemática
estão em toda realidade, especialmente no Direito. Os maiores valores do
Direito são a vida (a existência), liberdade e igualdade. todos os outros
direitos e leis são com base nestes princípios.
Estes valores jurídicos não são valores matemáticos, pois não podem ser
precificados, não podem ser quantificados. Por isto, matemáticos não os
enxergam. Filosoficamente, os valores liberdade e igualdade são visíveis e
fáceis de conciliar na matemática. A matemática só não conseguiu conciliar o
valor existencial ainda. Tais valores são universais e existem também na
política, na economia e nas religiões, mas difíceis de conciliar em razão das
limitações filosóficas e teológicas do homem. Os valores liberdade e igualdade,
fortemente presentes no direito, promovem um duelo na política e na economia:
esquerda x direita. A esquerda fundamenta-se no valor da igualdade, enquanto a
direita baseia-se na ideia da liberdade. Isto é assunto para outro campo de
estudo de nossa seara, Metadireito.
Os 3 maiores valores do direito
(existencial, liberdade, igualdade) são valores de todo e qualquer sistema.
Para se ter um sistema, há necessidade existencial de objetos para haver
interações lógicas. Liberdade é o direito de escolha dentro do sistema, mas
toda escolha tem consequências lógicas. Este determinismo lógico implica em um
resultado lógico, representado na matemática com a igualdade. Dentro de um
sistema, nós somos objetos físicos e metafísicos. Nosso corpo é um sistema que
interage com meio ambiente. Nossa mente é sistema que interage com o ambiente.
Mas também somos um objeto quando interagimos com o todo, outro sistema. Os conceitos jurídicos relevantes e
inconciliáveis da ciência do Direito (liberdade e igualdade) são facilmente
percebidos na matemática. Pode-se escolher números aleatórios em uma equação,
mas passados pelas regras aritméticas, a igualdade é inevitável. Ou seja,
atua-se na causa, mas efeito é inevitável.
Para o EM, assim como o método
axiomático-dedutivo moderno, tudo começa com um ato de vontade, um ato de
liberdade, para depois vir o determinismo. Então, temos liberdade inicialmente
e depois do ato de vontade temos o determinismo, um resultado. Existe muitos
nomes e filosofias para este dualismo. Causa e efeito, lei do retorno, lei da
consequência, reencarnação. Entretanto,
há uma divergência filosófica entre liberdade e o determinismo, pois alguns
defendem a incompatibilidade entre os dois.
O livre-arbítrio afirma que somos administradores de nós mesmos, fazemos
escolhas e temos um futuro aberto. O determinismo nega o livre-arbítrio e prega
um mundo fechado. Alguns defendem que o determinismo é incompatível com o
livre-arbítrio, enquanto outros advogam a compatibilidade.
Há duas teorias filosóficas que negam a
coexistência do determinismo e do livre-arbítrio: enquanto o libertismo prega
que o universo não pode ser determinista, por que temos liberdade, o
determinismo radical defende que a liberdade é apenas ilusão. Em contrapartida,
o compatibilismo utiliza a estratégia naturalista de que o livre-arbítrio é
produto da evolução. O mundo, inicialmente, tinha um futuro fechado em causa e
efeito. Depois se tornou aberto com a liberdade de escolha, oportunidade que
surge a moral, o direito e as religiões que pregam a responsabilidade, uma
espécie de determinismo moral, legal. Como o método axiomático-dedutivo, temos
liberdade no início e determinismo no final.
Nas religiões, o compatibilismo tem uma
forte analogia com a alegoria da semeadura que ilustra bem a ideia da lógica
se-então: a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. Podemos escolher
plantar arroz ou feijão, mas depois de escolhido arroz, a colheita é de arroz.
A narrativa alegórica se torna moral quando fazemos esta analogia: podemos
escolher o bem ou o mal, mas depois de escolhido, a responsabilidade é
obrigatória.
Também percebemos esta lógica “se-então”
na física. Grandeza em estudo da física, refere-se ao possa ser medido. Medir
significa comparar o tamanho de duas coisas: um padrão escolhido pelo
observador e outro padro do objeto a ser estudado e comparado com o padrão. A
medição mais comum é o comprimento. Todos que passaram pela escola já lidaram
com uma régua. A regra é um encadeamento de unidades de medidas em milímetros e
centímetros. Esta ideia é chamada de escala. Aí é só comparar com objetos a
serem medidos que a régua irá dizer a mesma quantidade de centímetros e
milímetros dos objetos a serem estudados e medidos.
As unidades de metros, polegadas,
segundos, horas, pesos, massas, densidades não são algo determinado ou visível
na natureza. Estudiosos escolhem com liberdade, bom senso e inteligência tais
unidades de medida e a sociedade passa a compartilhar. São padrões aleatórios
escolhidos pelo homem e adotados pela sociedade. Há sempre a liberdade no
começo. O determinismo vem depois da escolha. A trindade física, matéria-tempo-espaço,
são grandezas, passíveis de serem medidas para serem estudadas. Tais medições
foram definidas de forma livre e compartilhadas ao longo da história humana.
Da mesma forma que o método
axiomático-dedutivo matemática moderna, a física começa com uma liberdade de
axiomas, definições, premissas. Pode-se escolher uma entre várias unidades de
medida, mas depois de escolhida ela irá ter a mesma medida para todos objetos
de estudo. Em forma lógica se-então-senão, se escolheu o metro ou polegada como
unidade de medida, então o determinismo será a mesma medida para todos objetos,
senão a conta tá errada.
Na física, o universo macro é determinado.
A partir de fenômeno, dado o estado inicial, em seguida, teremos apenas um
estado físico possível. Vigora o princípio da causa e efeito. Ao aplicar uma
força em um objeto imóvel, o único estado seguinte será o deslocamento do
objeto na mesma direção da força aplicada. Observem que a causa foi um ato de
vontade, mas o movimento foi determinístico. Quanto ao movimento inicial do
universo, a física atribui ao Acaso, ao Nada e ao Big Bang. As religiões pregam
um ato de vontade, conforme o criacionismo divino.
A nível quântico tal determinismo foi
minguado. A matemática das probabilidades passou a regular o movimento no mundo
subatômico. Porém, se o elétron pode “escolher” onde vai estar, podemos
especular um princípio existencial, dotado de vontade.
Ao que parece, toda matemática deriva de
uma liberdade inicial e determinismo na sequência. Os problemas ensinados na
escola sempre começam com uma liberdade do professor e cabe ao aluno buscar o
determinismo. As operações elementares também funcionam assim. A álgebra
moderna, assim, funciona. Igualmente, funciona na lógica computacional. A
programação propriamente dita também contém o “se-então”. A condicional começa
com o teste lógico e o “se” for verdadeiro, “então” seguirá determinado
caminho, “senão” (se for falso) seguirá caminho diverso. A programação de
repetição funciona como “se-então” repetidos diversas vezes.
A liberdade da criação de axiomas na
matemática, principalmente em matemática pura, nos permite a imaginação sem
limites e ela deu um salto conceitual para o infinito. Há uma tendência de se
acreditar que o mundo “real” é finito. De fato, o número de gotas d’água do
oceano e grãos de areia da terra, apesar da impossibilidade técnica de se
contar, são passíveis de serem contados. Mas os números naturais e reais são
infinitos, com a diferença de que os naturais tem um começo, mas não os reais.
Os naturais são infinitos numa única direção. Na reta numérica, começam no zero
e se estendem ao infinito pela direita. Incrivelmente, entre dois números reais
quaisquer existe infinitos números. É o que se chama de matemática contínua em
oposição a matemática discreta dos naturais.
Agora, o “se” e o “então”
não são mensuráveis, são princípios universais. A liberdade e a igualdade são
princípios matemáticos, mas também funcionam nas ciências físico-biológicas e
nas ciências sociais (economia, política e direito). Entretanto, o homem ainda
não os sabe conciliar tais princípios em razão de sua infância evolutiva. Existência,
liberdade e igualdade são 3 valores jurídicos-filosóficos, mas também são
valores matemáticos, mas não podem ser precificados, não podem ser
quantificados. Por isto, matemáticos e os físicos não os enxergam. Esta
ideia será defendida em outra obra de nossa seara, Metadireito.
A existência dos objetos matemáticos e a
lógica “se-então” são valores filosóficos da matemática. A existência do homem
frente a liberdade e as consequências são valores jurídicos e filosóficos
universais. Com base na teoria dos sistemas e no Direito, advogamos o direito
existencial dos objetos matemáticos e linguísticos frente o sistema
axiomático-dedutivo. A negação ao direito existencial de tais objetos nega
também a matemática e a linguagem como sistemas e gera incoerência.
A fluxo do universo é o “se-então”. O
“senão” é contrafluxo do universo. Este é um caminho muito inteligente de
controlar o universo. A lógica “se-então-senão” vai aumentando a memória da
inteligência com os “erros” e “acertos”. O aumento da memória e do processador
leva ao fluxo, enquanto a memória menor pode levar ao contrafluxo que gera um
loop, uma repetição de decisão e permite o acerto em um fututo. A vida é um
emaranhado de causa e efeito. Muitos efeitos são difíceis de enxergar a causa
que pode inúmeras e estar em um passado remoto, a considerar as teologias
orientais.
Os fundamentos da realidade e os
fundamentos da matemática se confundem. Tales foi o primeiro filósofo. Ele
buscou os fundamentos da realidade e para ele, a água era o princípio da
realidade. Biologicamente, ele tinha razão. A vida vem da água. Outros defenderam
que o ar, outros a terra, outros o fogo era o princípio. Esta ideia ficou
conhecida como os 4 elementos. Mas foi Pitágoras o primeiro filósofo a defender
que os fundamentos da realidade era números. Tudo era números. Vale dizer, os
fundamentos da realidade e da matemática são os mesmos. Ele tinha razão. Tudo
que existe é passível de ser contado (e também nomeado).
Fazendo eco com Pitágoras, Platão relevou
a matemática ao mundo das ideias e a um Demiurgo. Este seria o Deus da Razão, o
Deus Matemático. Racionalismo é uma posição epistemológica, releva a razão e
menospreza os sentidos e a experiência (empirismo, posição filosófica oposta).
Tudo que existe tem uma causa (EM, esta causa é um ato de vontade), com
consequências lógicas. Advogamos o compatibilismo entre liberdade e
determinismo. Temos liberdade nas decisões e escolhas erradas nos levam ao
contrafluxo até a escolha certa. Há realmente uma programação cósmica nisto,
passível de crítica da liberdade de decisão, mas a liberdade de criação é
plena.
A vida é o direito existencial. Depois
dele, temos a liberdade e a igualdade como os maiores valores do Direito. Em
síntese, a vida é o direito de existência frente a liberdade de escolha e o
determinismo desta escolha. Não é o acaso e nem uma intervenção divina direta
que movem o nosso mundo, mas a lógica se-então-senão que promove o fluxo e
contrafluxo do universo. Em todas as interações, a lógica liga todas entradas às
saídas de todos sistemas, seja físico ou metafísico.
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