sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Capítulo 12 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

12 - Existencialismo

 

 Existencialismo é formado pela palavra existência e pelo sufixo “ismo”. Existência é um substantivo que vem do verbo existir e dá ideia de algo real em oposição ao nada. O sufixo ismo exprime a ideia de movimento ou seguidores de uma corrente filosófica, literária, política, religiosa, entre outros. Em nosso caso, exprime uma doutrina filosófica seguida.

A palavra existencialismo surgiu durante a segunda guerra, elaborada pelo filósofo francês, Gabriel Marcel. Os trabalhos de Arthur Schopenhauer, Søren Kierkegaard, Fiódor Dostoiévski e dos filósofos alemães Friedrich Nietzsche, Edmund Husserl e Martin Heidegger tiveram influência na criação da palavra existencialismo do filosofo francês. Adotado pelo estudioso francês Jean-Paul Sartre que publicou o livro “O Existencialismo É um Humanismo” em 1946, ajudou a divulgar o termo.

Apesar da modernidade da palavra, as questões existenciais sempre foram os fundamentos da filosofia. A existência é tratada pelas antigas narrativas mitológicas, filosóficas e até da matemática. As mitologias tratam da existência de deuses e de um mundo metafísico. Desde a Grécia antiga, filósofos trabalham sobre a existência dos objetos matemáticos. Descartes defendia a dúvida de tudo, menos da existência: penso, logo existo. As filosofias gregas refletiam sobre a origem e o propósito da existência. O existencialismo moderno trata apenas de uma das principais questões existenciais. Para onde nós vamos?

Hoje, o termo se refere à escola de filósofos dos séculos XIX e XX. Estes pensadores têm em comum o ponto de partida do pensamento filosófico: o sujeito num mundo sem sentido e confuso. Os filósofos existencialistas mantiveram a ênfase no indivíduo, mas divergiram quanto a outros aspectos do existencialismo. Kierkegaard, fundador do existencialismo era religioso. Depois do pós guerra, ocorreu uma virada. Sartre e seu existencialismo eram ateus. O existencialismo se divide em dois seguimentos, um religioso e outro ateu.

Sartre foi o principal representante do existencialismo ateu. Assim, o existencialismo ateu era contrário ao existencialismo divino. Para o ateu, o homem era responsável por definir a sua essência, enquanto o divino era Deus que definia a essência. O existencialismo ateu declara que não existindo Deus, todo o fundamento universal desaparece, o que origina a subjetividade da moral. Então, um sentimento de angústia revela a fragilidade humana. Sua responsabilidade única perante qualquer ato permite uma certa liberdade individual para criação de seu projeto de vida ou compromisso social. Ainda em Sartre, a existência precede a essência, ou seja, primeiro existe e depois determina a sua essência, através das suas ações e forma de viver a vida. Nós discordamos com nosso exemplo do sapato. Quando o homem faz o sapato, ele sabe que é para calçar os pés. Ou seja, sua essência precede a sua existência.

Para Platão, tudo vem do mundo das ideias, ou seja, toda existência tem uma essência anterior. Tudo que o homem faz tem uma essência primeira. O carro é para nos locomover, a casa é para nós morarmos. Ou seja, tudo que o homem faz tem primeira a essência, a ideia, para depois existir. Na natureza também. A árvore tem a essência primeira, seja ela frutífera ou para sombrear, para depois existir. Para Sartre, o homem seria uma espécie de exceção, onde existimos para depois pensarmos em nossa essência. Enquanto Sartre foi considerado principal representante do existencialismo, o filósofo Søren Kierkegaard foi considerado o pai do existencialismo. Ele advogava a ideia que apenas o sujeito pensante poderia dar significado à sua vida, apesar dos obstáculos como o absurdo, a alienação, a ansiedade, entre outros.

Existencialismo é uma doutrina filosófica centrada na análise da existência e do modo como seres humanos têm existência no mundo. Procura encontrar o sentido da vida através da liberdade incondicional, escolha e responsabilidade pessoal. Segundo esta corrente filosófica, os seres humanos existem primeiramente e depois cada indivíduo passa a sua vida mudando a sua essência ou natureza. Este pensamento nos levou a uma variedade de existencialismos. O existencialismo filosófico exerceu uma grande influência na teologia e na psiquiatria. O existencialismo passou a influenciar a literatura europeia, sobretudo o teatro. Surgiu o “teatro do absurdo”, preocupado em mostrar a falta de sentido da vida.

A questão da dor também promoveu um tipo de existencialismo. O poeta e filósofo espanhol, Miguel de Unamuno, inovou com uma espécie de existencialismo da dor. Ele teria dito: o que nos torna humano é o fato de que sofremos. Ele aproxima de Buda que enfatiza o sofrimento e oferece o caminho Óctuplo para libertação.

Para José Ortega y Gasset, filósofo espanhol, não faz sentido separar nós do mundo. A premissa é que estamos imersos em circunstâncias particulares, muitas vezes opressivas e limitadoras. As limitações são físicas e psíquicas. Devemos imaginar novas possibilidades. Estas colidem com nossas circunstâncias atuais. A vida é uma série de colisões com o futuro. A realidade é um processo em evolução onde a vida e o mundo são dependentes um do outro. A razão é vital para esta libertação. Ela mantém a energia da vida.

Para Martin Heidegger, filósofo alemão, a existência humana é a questão fundamental da filosofia, mas ele criticava a abordagem abstrata do ser humano. Ele tentou uma análise mais concreta de uma perspectiva interna.  Na sua obra “O Ser e o Tempo”, o ser estava preso ao tempo. Somos seres essencialmente temporais. Sua filosofia ficou hermética até para ele mesmo, pois depois ele defendeu uma linguagem mais profunda, mais rica para a questão. Invocou a poesia para esta missão. Ele influenciou Sartre que o parafraseou em sua obra “O Ser e o Nada”.

 Tetsuro Watsuji, importante filósofo japonês da primeira metade do século XX, percebeu que os pensadores ocidentais tendem a uma abordagem individualista do homem, tanto ética quanto existencial. Ele explorou a natureza humana em termos das nossas relações com uma comunidade maior, uma rede dentro da qual existimos. Para ele, a ética não é uma questão individual, mas sim o esquecimento do eu em benefício de uma comunidade mais ampla.

Simone De Beauvoir, amante de Sartre, criticou o machismo em toda sociedade. Para ela, tanto a sociedade como a filosofia eram machistas. Aristóteles chegou a chamar a mulher de homem com defeito. Ela dizia que o “eu” da filosofia era masculino e o seu par binário feminino era o “outro”. O Eu filosófico era ativo e consciente. O eu feminino era passivo, sem voz e sem poder. Seu pensamento era uma espécie de feminismo existencial. Aí ela fazia eco com Sartre, nascemos sem essência e devemos escolher o que queremos ser. Sua reflexão sobre o feminismo tem um fundo de razão, mas seu existencialismo, como o de Sartre, não parece uma boa ideia.

Alberto Camus, argeliano, pregou que a vida será mais bem vivida se não tiver sentido. Talvez, esta vida bem vivida e sem sentido faz sentido para ele, com o perdão da redundância, mas não para nós. Ele parte de uma premissa estranha, que temos uma consciência. A questão é temos consciência ou somos a consciência? Depois ele afirma que o universo não tem sentido e contradiz o fato de pensarmos que a vida tem sentido. Como ele pode afirmar que o universo não tem sentido?

O filósofo e psiquiatra Frantz Fanom, em 1952, publicou a obra “Pele Negra, Máscara Branca”.  Ele estudou a herança psicológica e social dos negros pelo mundo. A submissão e o sentimento de inferioridade eram grandes entre os negros perante os brancos. Para Fanom, havia um desejo entre os negros de ter uma “existência branca”, o único caminho para eles. Temos aqui o “eu branco”, uma espécie de existencialismo racista.

Estes são exemplos modernos de existencialismos que se tornaram popular nos pós-guerras. É difícil ver sentido em guerras. Por isto, a falta de um idealismo, mas guerras integraram o mundo. Na antiguidade, uma tribo guerreava com outra e as unificava. Se não fosse as guerras, nós seriamos seres tribais até hoje. Atualmente, computadores e internet terminaram de globalizar o mundo e as guerras não fazem mais sentido.

Em sentido amplo, o existencialismo começa com a arte rupestre, passa pela mitologia e tem uma extensa série de precursores: Sócrates, Santo Agostinho, entre outros. Mas, em sentido restrito, a origem do existencialismo remonta a Kierkegaard que defende uma filosofia na qual o sujeito está implicado na sua reflexão quanto à existência. Diferente de Hegel que prega um idealismo existencial. Apesar da modernidade do existencialismo, há muito a humanidade vem lidando com as questões existenciais. As artes rupestres viam o sentido da vida na caça e em suas armas. Ao lado destas figuras representativas da vida física, os autores colocavam figuras metafísicas como seres metade homem e metade animal, entre outras.

Depois da arte rupestre, vieram os mitos. O que são os mitos senão a busca pelo significado da vida e da existência? As religiões e os mitos foram os primeiros existencialismos. As religiões sempre pregaram nossa origem de um criador, a partir de um mundo metafísico e nosso retorno para ele. Deus, Alá, Jeová, Natureza ou a Inteligência Suprema criou nosso mundo, a partir do mundo dele, de um mundo preexistente, o mundo metafísico, por assim dizer.

A ideia de ir além da física, levou a existência à uma transcendência. O objeto de estudo a metafísica compreende a causa primeira, o sentido da vida e a finalidade de tudo e de todos. O início, o meio e o fim. Aristóteles afirmou que metafísica é o estudo da causa primeira e dos princípios primeiros de todos os seres ou de todas as essências. Estudo que deve vir antes de todos os outros, porque é condição de todos eles. Aristóteles chamava a metafísica de filosofia primeira. Para o EM, a matemática-lógica-linguagem são a filosofia primeira, instrumentos metafísicos da existência, da vida e da mente. A existência inspirou nos trabalhos de Platão na teoria das ideias. Tal estudo aproxima de uma teologia natural. 

Teologia estuda o todo através da revelação. Metafísica estuda o todo através da razão. Estuda todas as coisas sob a perspectiva do conceito de ser supremo/absoluto e de causalidade, buscando a causa das causas, Deus, a causa suprema de todas as coisas. É a realidade máxima. Metafísica acaba sendo uma teologia natural. Diria, Teologia racional. Para a metafísica há uma harmonia perfeita no cosmo. Tudo é perfeito. O mundo é determinado pela causa e efeito, que é um mecanismo pedagógico de controle do todo.

Metafísica acaba sendo o principal campo da filosofia, pois os outros ramos da filosofia (ética, política, estética e lógica) são objetos de estudo também das ciências. Alguns cientistas renomados menosprezam a filosofia chamando de inútil, outros anunciam a sua morte. Porém, são searas complementares. Ciência é descrição analítica e Filosofia é interpretação sintética. Ciência estuda particularidades, fragmentos. A ciência e a sociedade se concentram nos 5 sentidos e acaba promovendo a ignorância metafísica.

Os racionalistas dos séculos XVII e XVIII alargaram o âmbito da metafísica. Entenderam que ela se ocupava não só da existência e natureza de Deus, mas também da distinção entre mente e corpo, da imortalidade da alma e do livre-arbítrio. Em nossa obra, trata-se do mesmo objeto de estudo, o mundo metafísico. Tanto a mente como a causa primeira estão além do mundo físico.

Assim, nosso espírito pertence ao mundo metafísico. Não adquirimos a alma ou espírito depois da morte biológica, mas sim somos almas. A Metafísica e as religiões pregam uma alma, espírito, consciência, um fluido vital além do cérebro. Nosso cérebro físico pertence a seara científica, onde termina a ciência. Entretanto, a ciência mapeia o funcionamento elétrico do cérebro, acredita que desvendou a existência em uma seara que não é sua.

O existencialismo moderno centra-se no sujeito pensador. Sócrates centrava o conhecimento no sujeito pensador e pregava o autoconhecimento. Descartes centrava o pensamento no sujeito e disse: penso, logo existo. Igualmente, o Existencialismo Metafísico centra no sujeito, no eu, como uma realidade inquestionável e eterna de um lado. Mas também tem foco no Eu-maior, no Universo. Diferentemente, o existencialismo moderno prega um mundo sem sentido e sem deus, no caso, um existencialismo ateu. Sócrates e Descartes não consideram Deus, mas buscavam o sentido racional da vida e não pessoal. O Existencialismo Metafísico vê sentido em tudo através de um “Eu-maior”, uma inteligência suprema ou Deus, como quiser.

A ciência nega este mundo metafísico, porém ela nunca terá uma resposta definitiva para o que é a vida, quando ela começa e termina. Nunca responderão por que a matéria inorgânica se tornou orgânica, pois estas searas não pertencem ao mundo físico e sim ao campo metafísico.

Em base física, todas as pessoas são iguais. Todas têm cérebro, coração, fígado, órgãos sexuais, dois braços, duas pernas, dois olhos. Excepcionalmente, temos a ausência de alguns deles ou a substituição por outro artificial. A diferença está apenas em detalhes genéticos. Mas em base psíquica, as diferenças entre as pessoas são extremas. A neurologia e a psicologia não têm uma boa explicação para isto. Em gêmeos univitelinos, temos corpos iguais e mentes diferentes. Então, podemos afirmar um distanciamento entre corpo e consciência. Sem a possibilidade de explicação da consciência em base científica, o encargo sobra para a filosofia. Para o verdadeiro filósofo, a consciência envolve a identidade, o “eu”.

Agora vem a pergunta: onde está o “eu”? No cérebro, alguns dirão, mais especificamente na glândula pineal. Espiritualistas afirmam ser tal glândula o ponto de contato entre a alma e o corpo, assim com uma função transcendente. Muito se discute sobre a função desta glândula, mas ela está sempre ligada ao sono. Como advogamos, os sonhos também pertencem ao mundo metafísico.

Então, a realidade se trata do “eu” em interação com o todo. Mas porque existe o tudo em vez do nada? Eis uma questão da filosofia materialista. Para as religiões, esta questão não tem mistério. Para a ciência, ela existe e nunca será resolvida em um laboratório, pois é uma questão metafísica.

A vida não pode ser um mero acidente, uma série de acasos. Nada faz sentido se não fomos planejados e com um universo sem propósito. Há um propósito cósmico do universo, uma programação para a integração do todo. A história é a execução de um plano oculto natural que conduz a um progresso moral e político da humanidade. A história universal tem um propósito cosmopolita, como quer o filósofo Kant. O progresso da ciência está atrelado a supremos interesses.

Não somos água combinado com outros elementos. Não somos o conjunto de seres estranhos a nós mesmo. Não somos um vazio ou sinais elétricos. Somos um ser e gostamos de pensar em termos metafísicos, de consciência, alma, espírito. Somos seres espirituais diferentes da matéria. Somos manipuladores da energia.

A origem única do universo convenceu as religiões, a ciência, filosofia e as artes. Tudo parece ter um começo, meio e fim. A sociedade registra o nascimento de todos os homens. Depois, sua maioridade, casamento, divórcio. No fim, o falecimento biológico. Cidades, países, animais, rios, mares, tudo tem uma história como início, meio e fim. Bom, muitos ainda não tiveram um “fim”, mas chegarão lá com o tempo. Nosso fim será a integração com o todo. A diversidade do mundo natural tem origem única que a tudo engloba. Existe uma convicção de que toda diversidade está interligada. Muitos cientistas defendem uma ordem por trás do aparente caos. A ordem oculta permeia tudo. Esta busca uniria a mente de Deus com uma teoria final.

A Criação foi um ato de escolha, de vontade, de liberdade. A Integração é um efeito determinista. Então qualquer existência é programada pelo ato da criação. Um carro não é um objeto incriado. Ele tem um criador. Uma flor não é algo incriado. Tudo tem um criador, seja a Inteligência maior ou o homem.

Então, o que somos? O que é o homem? Para Friedrich Nietzche, o homem é uma corda esticada entre o animal e o super homem. Para Nicolau maquiavel, o homem é mal por natureza, a memos que precise ser bom. Para Jean Jaques Rousseau: o homem é bom por natureza, a sociedade que o corrompe. Para John Locke: o homem nasce como uma folha de papel em branco que vai se preenchendo de acordo com as experiencias. Para Thomas Hobbes, o homem é o lobo do próprio homem em uma luta interminável. Estes filósofos não são nada românticos.

Espiritualistas gostam de ver tudo em termos de energia. Deus e o homem seriam energia. Einstein reduziu tudo a energia com sua fórmula pop: E=mc². Sendo E (energia), m (matéria) e c (velocidade da luz). Realmente se pensarmos em termos macros e micros, podemos pensar num monismo energético. A energia conjunta (seja ela petrolífera, eólica, nuclear, hidrelétrica ou qualquer outra) é o suporte para as tecnologias, para as economias, para as políticas dos países, para as residências e as vidas dos cidadãos. Todos os meios de transporte, coletivo ou individual, demandam energia, toda superestrutura industrial demanda energia. Toda economia e política gira em torno da energia.

Tudo é energia. Se nossos olhos enxergassem os átomos, tudo que veríamos seria energia. Não veríamos mesas, cadeiras, árvores, carros, mas sim apenas fluxos de energias. Nossa vida gira em torno de energia. Qualquer um de nós demanda energia, seja para andar, manusear as mãos, até para piscar, demanda energia fornecida pelos alimentos. Todos os sentidos (audição, visão, tato, gustação e cheiro) transformam em sinais elétricos no cérebro. Assim, a ciência física pode pensar em termos de um monismo elétrico.

Mas pensadores dualistas diferenciam algo que manipula a energia: a mente. De fato, quando usamos o interruptor para ascender uma lâmpada, estamos manipulando a energia. Quando transformamos água dos rios em energia e a transportamos por quilômetros até nossas casas, estamos manipulando a energia. Quando escavamos em busca de petróleo e o transformamos em gasolina, estamos manipulando a energia. Assim, sempre há algo além da energia, seja a mente ou a consciência, um espírito, alma ou um ente metafísico que manipula a energia. 

Enquanto a ciência nega esta metafísica, as religiões a defendem. O pensamento moderno é o embate entre a ciência e a religião, a física x a metafísica. Então, o que somos?  A ciência acredita que somos uma máquina biológica, viemos do Nada para viver despropositadamente e voltar para o Nada. Forças cegas e sem propósito dirigem o mundo. A ciência e as religiões não têm boas respostas para as questões existenciais, por isso usamos a metafísica para explicar a existência. A ideia da obra é oferecer respostas e tentar aproximar da realidade sem negar qualquer área do conhecimento, justificando a razão de existir graças a um ato de vontade.

O Existencialismo Metafísico vai discordar das religiões e da ciência e oferecer responder as questões existenciais.

Quem sou eu? É questão de individualização e não chega a ser uma questão metafísica, pois somos apenas um cidadão comum. Cotidianamente dizemos: sou fulano, profissão tal e coisa, moro na rua x do bairro y.

De onde eu vim? O que é sou? Para onde vou? São perguntas transcendentais e iguala todos. Sou uma consciência, vindo de um ato de vontade e do mundo metafísico, usufrutuário da energia em evolução dentro do dualismo pedagógico, rumo à integração.

Do ponto de vista antropológico, o homem precisa de um norte para sua vida, de sentido, de um caminho a seguir.  Criação, Evolução e Integração.  É possível vislumbrar tudo no universo com base nestas premissas.  Do ponto de vista da unicidade de existência, as premissas são criticáveis. Do ponto de vista da pluralidade de existências biológicas, as premissas são perfeitas e inquestionáveis e fica fácil dar sentido à vida. Existem dois mundos, o físico e o metafísico, nas quais a existência alterna até completar a plena integração. 

Para nosso sistema, há uma harmonia perfeita no cosmo. Tudo é perfeito. O mundo é determinado pela causa e efeito, mecanismo pedagógico e de controle do todo. Sem a Metafísica, o conhecimento nunca chegará a uma resposta satisfatória para o que é a vida e o universo. EM oferece abordagem diferenciada para dilemas filosóficos, éticos, psicológicos, como determinismo ou livre-arbítrio, inato ou adquirido, o bem e o mal, guerra e paz. Também pode ajudar a superar desafios étnicos, ter a convivência pacífica entre os diversos povos, superar o fundamentalismo religioso, conciliar lucros com as necessidades das pessoas ou até mesmo a fundar e desenvolver um novo comunismo.

O Existencialismo Metafísico advoga o ato de vontade como causa primária do monismo, do dualismo, do pluralismo. Antes da Criação, apenas uma Inteligência Superior, um monismo. A Inteligência Maior passou pelo dualismo ao dividir a realidade. O conteúdo da nova realidade é pluralista. As entidades deste pluralismo, em caminho inverso, passam pelo dualismo para chegar ao monismo. A Inteligência Suprema ao dividir a realidade passa pelo dualismo, criando a diversidade. Em caminho simétrico e inverso, cada uma das entidades do pluralismo interage com as outras e passa pelo dualismo para chegar à integração. 

Religiões, ciências e as filosofias não têm explicação para a dualidade natural.  As religiões podem alegar que foi a vontade de deus sem uma razão plausível. As ciências vão atribuir o dualismo ao acaso, coincidências, natureza. O Existencialismo Metafísico explica o dualismo de forma plausível e interdependente do monismo e pluralismo.

Início, meio e fim. Criação, Evolução e Integração. Viemos de um mundo metafísico e de um ato de vontade, atravessamos o dualismo e desenvolvemos rumo à integração plena, alternando os mundos físico e metafísico.

Por fim, o Existencialismo Metafísico acaba sendo uma metamatemática e uma metanarrativa. Uma metamatemática porque vai até origem da matemática, advoga o direito de existir dos objetos math e linguísticos. Uma metanarrativa porque abarca a história humana e todo conhecimento em um único sistema. Assim, ele é uma espécie de matemática primeira, filosofia primeira ou uma teologia natural.

 

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