sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

Capítulo 13 do livro EXISTENCIALISMO METAFÍSICO, A ÚLTIMA FILOSOFIA

 

13 – Existencialismo Metafísico, A Filosofia Última

 

 Apesar do nome pomposo, Existencialismo Metafísico é uma filosofia com abordagem diferenciada que trata das questões fundamentais e existenciais da vida e do universo. Nossa abordagem começa com a divisão da realidade pela ciência em sujeito e objeto. A ciência mais fundamental, a física tem seu objeto de estudo a trilogia matéria-tempo-espaço. Da física clássica à moderna, esta trindade permanece. Cientificistas físicos acreditam que podem submeter tudo ao estudo da física. Para eles, o paradigma da realidade é a matéria (ou energia) no tempo-espaço e desconsideram a metafísica. As outras ciências pegam carona na ideia que a realidade é a matéria no tempo-espaço.  

De forma singela, nossa filosofia metafísica menospreza e dilui a trindade física para ir além (meta) da física. Forte nesta ideia, enquadramos a matemática, a lógica, a linguagem como instrumentos metafísicos da inteligência, pois diluem a matéria-tempo-espaço. Ao representar metafisicamente os fenômenos físicos e biológicos, podemos avançar ou retroceder no tempo e em quaisquer lugares tais fenômenos. Em essência, a linguagem e a matemática não funcionam linearmente no tempo-espaço como a matéria. Elas são metafísicas e têm a base igualmente metafísica, a mente. 

O EM foi representado no diagrama de Venn e pode distinguir 3 campos exclusivos e 4 interseções da linguagem, da matemática e da física, totalizando 7 conjuntos diferenciados. Nos campos exclusivos localizam os objetos e suas interações lógicas. Nas interseções localizam 4 pareamentos entre objetos e as interações da linguagem, da matemática e da física. Há um pareamento triplo das 3 áreas e outros 3 pareamentos duplos das 3 áreas dos objetos e suas interações.

No conjunto exclusivo da física, temos os fenômenos físicos em si. Vale dizer, os fenômenos biológicos e físicos sem observação, sem representação e, assim, desprovido de pareamento com a linguagem e com a matemática. Fenômenos biofísicos representados por símbolos (significante) são enquadrados no pareamento tripo, cujos significados são enquadrados no pareamento da linguagem e da matemática. Os conjuntos exclusivos da matemática e da linguagem contêm seus exclusivos objetos e suas interações lógicas. Resta os pareamentos da física com a linguagem e a matemática. De um lado, os objetos e suas interações da matemática pareiam com a física e doutro lado, os objetos e suas interações da linguagem pareiam com a física. 

Nesta cosmovisão, todos os conjuntos (exclusivos ou as interseções) são sistemas com objetos e suas interações, gerando um todo, enquanto a lógica é a dinâmica de funcionamento de todos os sistemas e não um sistema em si. Dados os objetos da linguagem, matemática e da física, a lógica promove as interações dinâmicas entre eles. Vale salientar que para o EM, os objetos matemáticos e linguísticos existem em oposição a tendência atual da filosofia da matemática menosprezar e/ou negar as suas existências. A existência dos objetos matemáticos se junta aos valores lógicos e universais da liberdade e igualdade. Para nós, a realidade é a vida (existência) frente aos valores da liberdade e igualdade. 

As searas metafísicas do conhecimento estão igualmente em uma base metafísica, a mente.  Logo, a vida também é metafísica. Todo conhecimento e a vida tem base metafísica. Então, advogamos que somos apenas mente, alma, espírito, consciência ou quaisquer outro nome metafísico que se queira dar para o “eu”, uma inteligência. A realidade é vida (existência) frente os cosmovalores liberdade e igualdade.

Nesta esteira, a natureza contem padrões que nossas observações, através dos sentidos biofísicos, levam para nossa base metafísica. A mente transformou estes padrões naturais em o que nós chamamos de matemática. A vida, especialmente o homem, é reflexo da natureza, pois igualmente adota padrões humanos para estudar padrões naturais e matemáticos. De forma igual, a linguagem verbal também é padrões, como a matemática e a natureza. Tentem vislumbrar esta ideia: usamos padrões linguísticos e matemáticos para representar os padrões naturais. Os grandes físicos foram chamados de gênios, pois suas inteligências perceberam padrões matemáticos na natureza. Ora, se são inteligentes pois perceberam padrões matemáticos na natureza, implica uma inteligência da Natureza, seja lá o que ela for. Ou seja, implica uma teologia natural.

A linguagem e a matemática possibilitam o acesso pleno ao conhecimento. Elas são um princípio inteligente, um sistema ou encadeamento de sistemas com elementos em interações. Sistema é um todo, composto de partes (conjunto de objetos) e suas interações. A dinâmica do sistema é regulada pela lógica se-então. Em teoria dos sistemas, estes são conjuntos de objetos, cuja a seleção destes objetos na entrada do sistema são processados em interação lógica, tendo como saídas significados (linguagem), resultados (matemática), conceitos (filosofia). A linguagem é usada para representar e explicar todos os outros sistemas, especialmente a matemática. Esta é um sistema composto de números, equações, pontos e linhas em interações.

Nossa filosofia também é um sistema. Os objetos são as várias searas do conhecimento humano: mitologia, religião, ciência, filosofia, matemática. Estes objetos tiveram entrada no nosso sistema filosófico pelo embate físico x metafísico, foram processadas pela lógica “se-então-senão”, cuja saída foi o Existencialismo Metafísico.

Usamos alguns métodos da lógica para processar a verdade. Em teoria dos conjuntos e com base no diagrama de Venn, a operação de intersecção pode representar a verdade quando vários conjuntos (representando mitologia, teologia, ciência, filosofia e matemática) interagem, estabelecendo um espaço em comum entre eles. O espaço comum convergiu a metafísica, conforme demonstrado ao longo da obra. Fora do espaço comum, ocorreu a divergência de sistemas diferenciados e físicos entre os conjuntos. Assim, buscamos a intersecção entre os conhecimentos (mitologia, teologia, ciência, filosofia) o qual resultou a metafísica e em nosso sistema filosófico.

Na lógica clássica, Aristóteles nos dá um princípio lógico da não contradição. Uma proposição não pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo. A filosofia do direito abraçou este princípio e o usou na investigação policial e judicial: frente a muitas provas, algumas contraditórias, a verdade está no que não for contraditório. Durante as investigações, muitas provas se contradizem e é preciso observação lógica diante dos fatos.  O direito visa consistência e coerência em suas proposições. Nossa filosofia concentrou a verdade da realidade metafisica na intersecção do conjunto de conhecimentos. 

Apesar do paradigma da física (a realidade é algo no tempo-espaço), nossa filosofia defendeu uma base metafísica daquela ciência. Ao defender que todo conhecimento, especialmente o científico, tem base metafísica, nossa filosofia unifica todo conhecimento. Sabemos da dificuldade de uma mudança de paradigma, principalmente porque as pessoas estão enraizadas na matéria, mas buscamos a verdade e apresentamos um pensamento alternativo e diferenciado. Nesta vibe, advogamos 6 premissas em nosso sistema filosófico, o Existencialismo Metafísico: 

1ª Premissa. A ciência dividiu a realidade em sujeito e objeto e focou no objeto. Objetos de estudo e paradigma da física são: matéria-tempo-espaço e a realidade é algo no tempo espaço. Isto fundamenta e torna um paradigma científico para todas as ciências, por ser a física a mais elementar das ciências;

2ª premissa. Objeto e paradigma da metafísica com base no conceito da física servem para determinar a metafísica. Meta significa além, metafísica significa além da matéria-tempo-espaço. Ou seja, aquilo que elimina ou dilui a trindade física. Enquadramos a math, a linguagem e a lógica como objetos de estudo da metafísica, pois diluem a trindade física, a matéria-tempo-espaço. A math, a linguagem e a lógica não interferem na trindade física. Todo conhecimento científico tem em comum a utilização da trindade metafísica (matemática, linguagem e lógica). E estas estão localizado na mente, igualmente metafísica. Ou seja, a ciência fisicalista utiliza instrumentos metafísicos, localizados em algo metafísico, para explicar algo físico. Isto é paradoxal. Toda ciência materialista é paradoxal. A ciência, ainda apegada a matéria, não sabe dizer o que é mente e nem pode acessá-la. Nós gostamos de chamá-la de inteligência, para diferenciar da energia (matéria). A Natureza é toda matemática (ou no mínimo é parcialmente math, pois é passível de análise por ela), o que implica em uma Inteligência Maior e, em consequência, uma espécie de teologia. Vale dizer, o universo tem uma base igualmente metafísica.

3ª premissa. Visão sistêmica de toda realidade. Toda a realidade é sistema, objetos em interações. Nós somos sistemas. O processo cognitivo humano (e de toda vida) contém uma memória metafísica, um conjunto de vocabulário, conceitos, ideias, imagens em interações. Dados vêm de fora, interage com nossa memória, são processados e têm como saídas falas, escritas, registros na memória.  A Natureza é um Sistema Maior, um sistema último que conecta todos.

4ª premissa. As interações dos objetos são processadas pela lógica se-então-senão. A causa e efeito é um princípio universal. A causa é um ato de vontade e liberdade, como nos axiomas da lógica e da matemática. O efeito é determinístico, como na igualdade da matemática. A existência é uma rede infinita de conexões de causa e efeito.

5ª premissa. Os maiores valores do direito, da matemática e da natureza são existência, liberdade e igualdade. A existência interage com outras existências em um sistema, onde a liberdade inicial da vontade determina o efeito da interação.

6ª premissa. Todo sistema tem a estrutura monismo-dualismo-pluralismo. Como na álgebra moderna e na aritmética, elementos de um conjunto (pluralismo) interagem em operações lógicas e binárias (dualismo) rumo a um resultado específico (monismo).

Estas premissas são a generalização máxima da existência, a Filosofia Última. EM desloca o foco do objeto da ciência para o sujeito do conhecimento, da física para a metafísica, do paradigma da física (matéria no tempo-espaço) para o paradigma de metafísica, inteligência fora do tempo-espaço.

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