1 - Disposições Gerais
Esta obra não é apenas um genuíno sistema filosófico brasileiro, mas a suprema explicação de tudo. Ela reflete sobre o gênero pensamento dos pensamentos. As principais espécies são os pensamentos religioso, científico, filosófico e artístico. O instrumento religioso para chegar ao conhecimento é a fé cega em escrituras sagradas; o científico é a experiência de forças cegas; a filosofia, a razão; a arte, as emoções. Cada sistema tem uma diferenciada abordagem para a mesma realidade. Há outros sistemas de pensamento não relevantes, passíveis de serem enquadrados por um desses.
Destes quatro sistemas gerou um antagonismo entre a religião e a ciência. As religiões pregam um mundo espiritual, um mundo além da física, um mundo metafísico. A ciência nega este mundo metafísico. A filosofia acompanha a ciência, pois tem residência confortável na Academia. A arte também tem endereço acadêmico, mas se diverte com os outros sistemas de pensamento.
A ideia desta obra faz uma abordagem diferenciada do pensamento, polariza os mundos físico e metafísico, defende este para, em seguida, elaborar um sistema filosófico com 3 premissas metafísicas. Para isto, faz-se necessário expor algumas considerações relevantes deste autor ao amigo leitor. O autor é delegado de polícia aposentado e também advogado. Tanto o trabalho de um como doutro é regido por fatos e provas. Assim seu trabalho sempre foi, e ainda é, pautado por fatos e provas.
Trabalho policial se aproxima da ciência. O trabalho científico, em ciências sociais, inicia com a observação de um problema (na polícia, com um crime); adota uma hipótese (uma linha de investigação); busca rol de provas, argumentos, para provar, ou não, a hipótese (concluir pelo indiciamento ou não). Em duas palavras é uma defesa de tese. O advogado, evidentemente, defende tese contrária. O que são doutorados senão defesa de tese? O que fazem eles senão levantar hipótese, juntar provas e concluir com a sua defesa de tese? Todos, acadêmicos e juristas, buscam a verdade pela defesa de sua tese.
Como todo cientista, este autor se especializou (em ciências criminais). As ciências se multiplicam num caos especialista. Mas até a especialização busca conectar com o todo. Busca ligar o micro ao macro. O que são as defesas de teses e dissertações senão conectar o micro ao macro, a ciência à filosofia, o pensamento analítico ao pensamento sintético. Indução e dedução estão no centro do pensamento racional. Cada análise deve passar pela triagem da síntese.
O pensamento sintético sempre atrai, pois as especializações da ciência rumam ao infinito e além. A filosofia deveria buscar um pensamento unificador que alcance a tudo e a todos. Não uma especialização para poucos. Porém a ciência e a tecnologia triunfaram depois da revolução industrial e a filosofia fixou endereço na Academia. Hodiernamente ela tende ao especialismo, ao hermetismo e ao ceticismo. A fragmentação da filosofia promoveu a falência de grandes sistemas filosóficos e de uma unificação.
Todavia grandes filósofos sempre procuraram a unificação, a sistematização e não a fragmentação. Spinoza buscava perceber unidade na diversidade, encontrar a síntese na qual opostos e contradições se encontram e se fundem. Comênio dedicou grande parte de sua vida a unificação da totalidade do conhecimento humano. Seu pensamento último era a compreensão universal que uniria toda humanidade. Esta base filosófica ele denominou pansofia, um princípio que harmonizasse todo o saber. Pensadores sempre buscaram uma chave para o conhecimento de todas as coisas, uma teoria para explicar todo o funcionamento do mundo, uma ciência que abarcasse todo o universo.
Modernamente a física, ciência da onda, busca a teoria do tudo. Uma equação para integrar todas forças do cosmo. Tivemos até um candidato a tal façanha. Stephen Hawking, físico inglês, aquele cientista de voz mecanizada e todo deformado fisicamente. Hawking declarou a morte da filosofia, mas não chegou a nenhuma equação do tudo e nem a uma equação do nada.
A ciência e a tecnologia venceram e a vida passa a ser uma máquina. As pessoas não desgrudam de seus celulares. Sonham com carros caros, casas grandes. Em contato com pessoas, com a mídia, principalmente a Tv, percebe-se que o sentido da vida é um consumismo exagerado e sem sentido. O auge da vida é ser uma celebridade, seja atleta, cantor, ou ator, mesmo que vazios de conteúdo. A superficialidade impera junto a ciência.
Reduzir tudo a física, reduzir tudo a átomos estranha o pensamento mais profundo. A vida parece muito mais que um amontoado de átomos ou células. O ser transcende órgãos e carne. Sempre que estudiosos e espiritualistas buscam conectar a ciência com o metafísico, a Academia corre para negar tal conexão. Casos como as teorias dos princípios Antrópico e o Biocentrismo, proprietários da ciência estão sempre de plantão para negar o metafísico.
Se alguém falasse em energia escura e matéria escura há 100, ou mil anos atrás, seria um discurso metafísico. Assim metafísico é aquilo que a física ainda não detectou, mediu, quantificou. Metafísico é algo desconhecido dos sentidos humanos, como já foram as microrganismos, as células, átomos e a energia escura.
Platão, o melhor filósofo, dividiu a realidade em: o mundo sensível e o mundo das ideias. Ele assegurava que o mundo das ideias era o verdadeiro e eterno mundo. Seu discípulo, Aristóteles, também era metafísico, mas concentrou-se no mundo físico. Por causa destes filósofos, pensadores póstumos dividiram o pensamento em duas correntes filosóficas que atravessaram os tempos. De um lado, o idealismo e o racionalismo de vertente platônica; doutro lado, realismo e empirismo de vertente aristotélica. Todavia a ciência dominou o século XIX com o positivismo. O idealismo e racionalismo perderam força para o realismo e empirismo. Ao lado do pragmatismo, o positivismo dissolveu o idealismo e a Metafísica. O existencialismo ateu continuou esse trabalho.
Ainda hoje a física nega o metafísico. A filosofia virou um adjunto da ciência e também se afastou da Metafísica. Dogmas científicos limitam a filosofia e ela não tem grandes lampejos. Apesar de Aristóteles também pregar um deus e um mundo metafísico, a ciência adotou apenas o mundo sensível. Então, para fins didáticos, vamos polarizar o pensamento em físico e metafísico.
Esta obra, com base em 3 premissas (Criação-Evolução-Integração), tem pretensões de conexão e síntese. Então adotará conceitos simples, conhecidos e sem delongas em conceitos, citações científicas e filosóficas. Também tem pretensões de busca de verdades eternas, como dizia Platão. Tem pretensões de unificação do conhecimento. Tem pretensões de buscar o “porquê” dos fenômenos, já que as ciências só podem dizer o “como” dos fenômenos. Visa uma síntese filosófica não somente com base em provas e fatos, mas também com base na razão e em argumentos científicos, filosóficos e teológicos, desde que não contraditórios. A ideia foi considerar todos conhecimentos naquilo que são fortes, desprovidos de contradições. Naquilo que forem contraditório são descartados pelo princípio do conjunto probatório.
Ao final faremos uma análise do conhecimento pelo método policial-judicial ao avaliar o conjunto do pensamento, descartado o contraditório, mesmo que evidências empíricas contrariem o todo, como ocorre juridicamente.
Este livro requer mente aberta, pois não aceita dogmas, fé cega religiosa, forças cegas científicas, misticismo, biblismo e cientificismo. Considera-se apenas didática a divisão científica-teológica em natural, artificial e sobrenatural. Não há nada sobrenatural, ou seja, nada pode quebrar as leis naturais, nem mesmo o Criador. Este não é uma questão de fé e sim de razão, segundo esta obra.
Atualmente este autor é desprovido de qualquer religião. Foi criado dentro da religião católica, posteriormente foi espírita por 15 anos, mas agora não tem religião. Assim não cultua nenhum deus, não faz nenhuma oração e todos sistemas de crenças são aceitos parcialmente, pois todos tenham um fundo de verdade.
Esta descrença é fácil de comprovar em outra obra do autor: Decálogo, Leis Humanas. Tal livro nega autoria divina da Bíblia, nega a autoria divina do Decálogo, dogma católico e espírita. Este dogma está na Bíblia em Gênesis e no primeiro capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo.
Oficialmente sou delegado aposentado, advogado e autor. Não tenho nem mesmo formação em filosofia, contudo gosto de pensar que sou filósofo. Mais pelo sentido etimológico dela. Amigo da sabedoria. Afinal, em análise última, somos todos pensadores. “Penso, logo existo”.
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