Nosso planeta tem cerca de 4,5 bilhões de
anos, enquanto a vida surgiu na Terra há cerca de 3 ou 4 bilhões de anos. Para
explicar o nascimento da vida, a biologia vai falar de acidentes, acaso e
fatores de sorte, igualmente a física. Com muita sorte, a Terra formou-se em
uma exata distância do Sol para a vida, o que favoreceu o estado líquido da
água. A vida biológica vem da água e esta permitiu um “sopão primordial” que
deu origem à vida. Um acaso cósmico de sorte foi a colisão da terra com um
asteroide. Os destroços e a gravidade permitiram a formação da lua. A lua age
como um contrapeso, estabelecendo a rotação da Terra e impedindo oscilações
catastróficas no clima, permitindo a vida.
Outros acidentes de sorte para a vida
ocorreram. A Terra era uma esfera de fogo, mas esfriou. Os metais mais pesados
deslocaram para o centro e formou um núcleo rotacional. Estes acontecimentos
formaram um campo magnético na Terra. Este magnetismo nos abriga da radiação
solar. Júpiter, maior planeta do Sistema Solar, tem o raio 11 vezes maior que a
Terra. Em razão desta admirável dimensão, Júpiter tem uma enorme gravidade que
atrai a maioria dos meteoros errantes. Este fato deixa o planeta Terra protegido
contra asteroides. A vida seria inviabilizada na Terra sob chuva de meteoros.
Entretanto, um destes asteroides errantes passou pelo sistema gravitacional de
Júpiter e atingiu a Terra. Esta catástrofe promoveu a extinção dos dinossauros
e a evolução dos sortudos mamíferos. Outro golpe de sorte, uma mutação
aleatória de uma primata vai separar uma linhagem que vai originar o homem. O
homo sapiens vai reinar absoluto dentre outras linhagens que irão extinguir
misteriosamente. Dentre outros fatores cósmicos, se um único destes acidentes e
golpes de sorte não tivesse ocorrido, não haveria história humana. Não teríamos
ordem físico-biológica e nem estabilidade. Todos estes fatores aleatórios
permitiram a vida biológica.
Acidentes, acasos e sortes organizaram
“inteligentemente” este “sopão primordial” citado para que desse origem a vida.
O conteúdo orgânico e o inorgânico são produzidos dos mesmos átomos, mas a
ciência não sabe como e nem porque isto acontece. Como a matéria é animada pela
vida? Em laboratório, a ciência não consegue transformar a matéria inorgânica
em orgânica. A ciência não explica como uma substância inanimada de repente se
transforma em uma coisa viva. Os cientistas acreditam – eles também têm fé - que
tudo começou com uma molécula mágica que armazena genes. Ela se juntou ao acaso
com as proteínas para formar a primeira célula, uma vida.
Entretanto, explicações científicas como
seleção natural, auto-organização, moléculas ingênuas não conseguiram explicar
estes ajuntamentos para a formação da vida. Uma explicação a partir de uma
evolução química é cega. A ciência não tem uma solução material para origem da
vida. Muitos químicos acreditam que a vida surgiu espontaneamente ao acaso,
como golpe de sorte a partir de misturas de moléculas na terra pré-biológica.
Como, eles não fazem a menor ideia, já que as probabilidades não são
favoráveis. A chance de uma química cega formar uma única proteína é ínfima,
improvável e beira o impossível. A improbabilidade aumenta muito mais quando se
considera que uma célula bem simples tem centenas de tipos de proteína. Ainda,
tem o DNA com cálculos estatísticos elevando a improbabilidade. Então, a origem
da vida para a ciência biológica passa por uma série fenômenos improváveis da
natureza.
A biologia atribui à vida, tudo o que vive
hoje, resultado de uma molécula de DNA, oriunda a 2 ou 3 bilhões de anos de
atrás. Por acidentes, esta matriz produziu seres tão distintos por “defeitos”
de fabricação. Seu sistema de cópia do código genético de uma geração para outra
tem falhas. Assim, sempre surge uma mudança nas letras do DNA. Depois de
algumas centenas de milhões de anos, animais e plantas se espalham pela Terra.
Numa evolução magnífica, surge uma linhagem de primatas que donde vai surgir o
homem. Há cerca de 3 milhões de anos atrás surge o gênero homo. Há cerca de duas
ou três centenas anos, de uma linhagem não muito clara, surge os Homo Sapiens,
seres humanos anatomicamente modernos. O homem passa pela aprendizagem
coletiva, pela revolução agrícola e pela revolução industrial. Hoje estamos
aqui noutra revolução, a tecnológica.
Para a ciência oficial, estamos aqui
depois inúmeros “golpes de sorte”. Alguns destes golpes de sorte, os estudiosos
chamam de limiares. Após a explosão inicial de sorte do universo, segue outras
explosões estrelares. Desta série de explosões estrelares, fez surgir uma
estrela, o Sol, mas que tem um planeta de sorte, por estar a uma distância de
sorte do Sol, Júpiter e da Lua. Neste planeta, surge um oceano que contém um
“sopão” de sorte, donde surgiu a vida. A vida espalhou pela terra, evoluiu e
surgiu o homem por sorte, depois que uma catástrofe atingiu o planeta. Entre um
limiar e outro, há incontáveis acasos. A vida vem desta grande quantidade de
“golpes de sorte”. A ciência, ainda, não explica como uma substância inanimada
de repente se transforma em uma coisa viva. Também não explica a expansão da
vida de forma prodigiosa.
Igualmente a física, a biologia busca
padrões na natureza, vislumbra leis naturais e prevê o futuro. Igualmente a
física, a biologia enfrenta dois problemas que podemos chamar de legitimação da
ordem estabelecida e a natureza destas leis. Quem legitimou estas leis? A
Natureza ou Deus? Onde estão estabelecidas estas leis? Na matéria ou fora dela?
Façamos novamente uma analogia com as leis humanas modernas. Estas geralmente
resolvem o problema da legalidade com um processo político. As leis devem vir
de uma autoridade. A legitimidade destas leis dá uma estabilidade, harmonia e
ordem para a sociedade. Igualmente as leis biológicas dão uma ordem estável
para a vida e as leis físicas dão ordem para o universo.
A biologia e as ciências em geral vão
advogar que as leis naturais não provem da autoridade de um homem ou de deus,
mas emanam da “Natureza”. Mas qual a
natureza desta “Natureza”? Seria esta “Natureza” uma entidade com inteligência
que se autorregula? Como a natureza autoproduziu as suas leis? Com um ato de
vontade?
Não é comum a biologia enfrentar estas
questões, mas a questão da natureza das leis biológicas também passa pelo
metafísico, pois tais leis são processadas pela mente, uma base metafísica. As
leis biológicas estabelecem padrões para regular a vida, mas não vemos tais
leis explícitas na natureza. Não podemos também cheirá-las, tocá-las,
saboreá-las e nem mesmo ouvi-las, mas temos que processá-las na mente. A lei da
evolução não está escrita na natureza, mas pode ser vislumbrada mentalmente.
Neste sentido, as leis biológicas, assim como as leis físicas, são leis
metafísicas e não físicas.
Além da questão insolúvel do surgimento da
vida para a biologia, ela também não encontra solução para a natureza da
consciência. Esta é física ou metafísica? Como o cérebro gera a consciência? Em
verdade, este imbróglio biológico da consciência é a questão metafísica. Toda
vez que a ciência materialista enfrenta uma questão metafísica, ela entra numa
rua sem saída.
A consciência parece ser indissociável da
personalidade. Duas teorias disputam a explicação da formação da personalidade.
Uma biológica e outra social. A biológica vai pregar que a personalidade tem
origem na hereditariedade. No século XIX, o antropólogo inglês Francis Galton
correlacionou personalidade e hereditariedade. A personalidade seria
transmitida hereditariamente. Ele era primo de Darwin e inovou com o conceito
de eugenia. Esta seria uma espécie de seleção artificial originada da teoria
darwiniana da seleção natural. Com a descoberta da estrutura do DNA, a
hereditariedade ganhou adeptos e diversos estudos aprofundaram nos genes.
No entanto, ainda não existe correlação
plausível entre genes e os traços psicológicos humanos. A hereditariedade
física é visível, mas a personalidade ou a consciência dos filhos é na maioria
das vezes completamente diferente dos pais e dentre eles. Os filósofos foram os
primeiros que abordaram a questão da influência do ambiente na constituição da
personalidade. Para o inglês John Locke, a mente nascia como uma folha em
branco que ia sendo moldada ao longo da vida da pessoa pelo ambiente. Para o francês Jean Jacques Rousseau, o homem
nascia puro, contudo era corrompido pela sociedade.
Psicólogos também advogavam esta tese
fervorosamente. O psicólogo americano John Broadus Watson estabeleceu o
behaviorismo nos Estados Unidos. Originado do substantivo inglês behavior, que
é traduzido para o português como comportamento, o behaviorismo tem explicação
cultural ou ambiental para o desenvolvimento do comportamento humano. Também
para o psicólogo Burrhus Frederic Skinner, a conduta está ligada aos fatores
ambientais. Ele introduziu o conceito de condicionamento operante. Em seu livro
“Ciência e Comportamento Humano”, ele criticou o pensamento hereditário,
acreditando que tal pensamento obscurece as variáveis que estão ao alcance de
uma análise científica. Estas variáveis estariam na história ambiental e fora
do organismo.
Como se vê, a polêmica é forte, mas pode
piorar. Além da consciência, Freud estudou e adotou o termo subconsciência.
Esta seria o local onde habitariam os desejos reprimidos. Ele usou a metáfora
pop do iceberg para explicar a consciência e a subconsciência. A consciência
seria a parte visível do iceberg e o subconsciente seria a parte submersa do
iceberg. Esta explicação teórica não encontra relação com a realidade, pois a
ciência ainda não sabe nem mesmo onde fica a consciência, superfície do
iceberg, que dirá do subconsciente.
A psicologia deveria ser autoridade lógica
para explicar a consciência, pois “psique” veio da mitologia grega, em
contraposição da física, para representar a alma humana. Vale dizer, a psique
deveria valorizar a metafísica em detração da física. Porém, a psicologia sem a
base mecânica “não seria vista como uma ciência”. Neste sentido, sentimentos
como amor, paixão, empatia, felicidade são apenas resultados de mecanismos
materiais de hormônios como serotonina e dopamina. Esta ideia permite que
cientistas acreditem numa possibilidade de fabricar hormônios sintéticos para
criar o amor, a felicidade. A psicologia atua neste credo e não têm interesse
existencial. Realmente, o corpo e o meio influenciam a consciência, mas eles
são físicos, enquanto a consciência é metafísico, algo externo a eles. A
consciência manipula a matéria pela vontade.
Em um vídeo da internet, uma professora
desenhou a representação de uma dopamina (neurotransmissor, uma substancia
química do autocontrole) no quadro negro (verde, na verdade) e sentenciou:
“isto aqui é algo físico, não é metafísico, não é espiritual”. Vamos discordar
filosoficamente. Do ponto de vista físico, ela apontou para um quadro com
desenhos e não para a dopamina em si. Do ponto de vista linguístico, a
representação da dopamina é algo metafísico e não físico. Em seguida, ela
afirmou que existe um monte de substâncias químicas cerebrais responsáveis
pelas emoções, como medo, raiva. Não negamos a influência física no metafisico,
da mesma que o metafisico influência o físico, pois eles estão em constantes
interações. O erro é quando se nega a existência metafísica.
Outra ciência moderna que se prontificou a
desvendar a consciência foi a neurociência. O cérebro é visto como usina de
energia. Ele seria uma máquina elétrica e química. A neurociência colocou
eletrodos na cabeça das pessoas, percebeu uma movimentação elétrica e pronto!
Acreditou que conseguiu desvendar a consciência com um mapeamento desta
atividade elétrica no cérebro de acordo com determinados comportamentos. Vale
dizer, estudar a consciência pela neurologia é implantar eletrodos na cabeça
humana e mapear o cérebro, conforme registre atividade elétrica nos neurônios
de acordo com os comportamentos produzidos.
No entanto, estes próprios cientistas
perceberam uma propriedade do cérebro: a plasticidade. Acidentes em pacientes
que perderam parte do cérebro demonstraram que tal mapeamento não é absoluto.
Determinada parte do cérebro não danificada recebia atividades elétricas que
antes cabiam à parte danificada. A divisão tradicional do cérebro, sendo o lado
esquerdo ligado à razão e o direito ligado à emoção, deve ser reconsiderada
devido à versatilidade cerebral.
Muito além disto, os modernos instrumentos
neurológicos, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, não
acessam o conteúdo da consciência, somente acessível ao “dono” dela. Se
acessarmos a consciência a partir da mesma consciência, contraria métodos
científicos consagrados e, assim, não tem como explicar cientificamente a
consciência. Esta é transcendental e limita a ciência mecanicista. Imbróglios
científicos, como este e como a natureza da matemática, acontecem todas as
vezes que a ciência investiga a realidade, acreditando que ser um estudo 100%
físico, menosprezando a metafísica.
Com esteio no pensamento científico
materialista, se o cérebro em uma evolução biológica cresceu e nesta
oportunidade criou a inteligência, então cérebros maiores deveriam ser mais
inteligentes. Seguindo esta premissa, elefantes, baleias e até golfinhos
deveriam ser mais inteligentes que os humanos. Sabemos que não é assim. Ainda,
se alegarem a proporcionalidade entre o peso do corpo e o peso do cérebro,
também haveria exceção na natureza. O corvo da Nova Caledônia tem o cérebro
proporcionalmente maior que o do homem mediano.
Outra questão polêmica da consciência é a
defesa do determinismo extremo sem liberdade inicial pela ciência que gera o
problema da responsabilidade. Se a consciência não tem liberdade de escolher,
como podemos culpar alguém pelos erros. Toda ação seria reflexo da causa e
efeito dentro de mecanismos biológicos. Se não há liberdade na causa, como
tribunais de justiça do mundo inteiro podem condenar os criminosos. Assim, a
questão da responsabilidade não é enfrentada pela biologia. Comportamentos
antissociais como homicídio e estupro seriam comportamentos naturais como
ocorre no mundo animal. Não existe o “certo” e o “errado” no mundo
animal-vegetal. Quando o leão degusta uma zebra, ele o faz pelo imperativo
categórico da alimentação e sobrevivência. Não há implicações morais na
biologia.
Em socorro ao cientificismo e a
humanidade, searas do conhecimento como as religiões, a ética e a ciência da direito
trabalham como o certo e o errado. Na mesma onda de regulamentar
comportamentos, as religiões também oferecem padrões universais de conduta para
seguir sua moralidade. No Ocidente, a decálogo bíblico é o mais popular. Para
regulamentar mandamentos das religiões cristãs, Deus teria criado os homens
livres e iguais. Por causa da filiação divina, o homem seria dotado de direitos
humanos. Oriunda desta ideia, a ordem social afirma ter origem em princípios
universais como liberdade e igualdade. A Constituição Federal do Brasil,
similarmente a Declaração de Independência Americana, prega em seu preâmbulo a
existência de Deus. Este Deus criou os homens iguais e livres. O direito de
igualdade das leis vem da ideia de igualdade do cristianismo. Este defende uma
alma de origem divina e todas as almas são iguais e livres perante Deus.
A
biologia vai dizer que as pessoas não foram criadas por um deus, não são iguais
e nem têm liberdade. Elas evoluíram e a evolução não é para ser igual para
todos. A liberdade é um ideal político e não um fenômeno biológico. Não existem
direitos de igualdade e liberdade na biologia que acredita em um processo
evolutivo cego e sem propósito para a vida e o universo. A biologia vê apenas células, órgãos,
habilidades, características biológicas. Os pássaros voam não porque têm
direitos, mas porque tem asas. Em contraposição a ordem biológica, a ordem
imaginada humana leva a uma sociedade estável e prospera, a uma ordem estável.
Neste sentido a ciências do direito, as
filosofias da ética e as religiões vão funcionar com princípios diferentes da
biologia. Podemos escolher entre o bem e o mal. A escolha do bem nos leva a um
propósito. Defendemos, não só os direitos humanos, mas também os direitos da
vida. Defendemos o espírito humano. Sem
a ética, o direito e a religião, nós passaríamos para uma barbárie e a valeria
o aproveitamento máximo da vida. O vale tudo pelo prazer extremo. Crimes e
paixões são justificados se o universo não tem propósito. A busca pelo poder
ilimitado e a luta de Hitler estão justificados. Pedofilia está justificada num
universo sem finalidade. A vida tem propósito e a criação foi em termos de
evolução e de mérito, não pronto e acabado como quer a gênese bíblica.
Vamos usar a matemática para fazer
contraponto a biologia e ao pensamento científico. Desde a Grécia antiga, o
principal método matemático é o axiomático-dedutivo. Este método elabora um
conhecimento ao estabelecer verdades não demonstradas (os axiomas); isto gera
outras verdades por meios lógicos (interação lógica). Os axiomas derivam
consequências lógicas e deterministas. Euclides demonstrou este método em sua
obra “Os Elementos”. O método axiomático-dedutivo virou paradigma e modelo para
toda a matemática.
Depois da crise das geometrias
não-euclidianas, a liberdade ganhou força na declaração dos axiomas. Antes, os
axiomas eram considerados auto evidentes e eram rígidos. Agora, os matemáticos
ganharam liberdade para escolher os axiomas. O número zero pode ser ou não ser considerado
um número natural. Mas depois de definidos os axiomas, as interações lógicas
são deterministas, os teoremas são absolutos. Este método lógico pode ser
percebido em toda matemática. Depois de definidos o conjunto de números e
operadores, a interação entre eles é lógica. Você pode escolher somar,
subtrair, dividir, multiplicar os números inteiros 10 e 5, 4 e 2, 13 e 3 ou
quaisquer outros números. O que é isto senão liberdade de escolha. Mas, se você
escolher subtrair 13 – 3, já não há mais liberdade, mas determinismo ou, no
caso, igualdade.
Então, liberdade e igualdade são
compatíveis. Um não exclui o outro e nem o outro exclui o um. A causa e efeito
funcionam também no mundo biológico em forma de liberdade e determinismo. Você
pode escolher plantar arroz ou feijão. Aqui temos a liberdade de escolha. Mas
se escolher plantar arroz, vai colher arroz. Aqui temos o determinismo. Como
dizem os espiritualistas: a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
Contudo, físicos e biólogos gostam de ver
a vida em termos de determinismos materiais, mas não em termos de determinismos
cósmicos. A ordem biológica pura é incompleta, pois nos leva a uma evolução
cega. A biologia também contém padrões que revelam uma ordem biológica. A
física é a interação entre objetos inorgânicos. A biológica é a interação entre
a vida. O imperativo biológico contém forças (instintos) atuando na vida,
demonstrando padrões e garantindo a perpetuação da espécie. Imperativo é um
adjetivo que significa ordem e determinação. Alimentação, reprodução e a
sobrevivência são imperativos biológicos. A genética comandaria estas forças. O
homem ainda tem resquícios destas forças. Levantamos institivamente o braço
quando somos atacados ou algo vem em nossa direção.
Entretanto, até quando esta força
biológica atua? Quanto o imperativo biológico deixará de agir? Há um plano
oculto? Para nós, o imperativo biológico atua plenamente até a chegada do
pensamento abstrato, ou melhor, até a chegada da metafísica. Entre os animais, a
caça é natural para alimentação e sobrevivência do outro. A pena de morte no
mundo dos homens, antes tão comum e natural, é hoje tão combatida e negada,
contrariando o imperativo biológico e cedendo ao coletivo. A sociedade, esse
coletivo em sua evolução, continua enfraquecendo imperativos biológicos. Ainda,
o homem vive os imperativos biológicos. Como os animais, ele tem que alimentar,
reproduzir e sobreviver. Na natureza não há imediatismo, tudo é um processo.
Neste sentido, imperativos culturais estão
superando imperativos biológicos rapidamente. Desde as cavernas, o homem já
utilizava a representação simbólica, demonstrada pelas pinturas rupestres. Isto
iniciou a superação dos instintos e preparou o homem para o pensamento
mitológico. Em seguida, vieram os pensamentos religiosos e filosóficos sobre
uma ordem metafísica. A ciência assumiu o pensamento humano. A física e a
biologia vislumbraram uma ordem material na existência, enquanto as ciências
sociais promoveram a ordem social.
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